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No aniversário de 40 anos do Metrô de São Paulo, trem pega fogo na estação Sé

Falha no último domingo teria sido ocasionada por superaquecimento do truque. Mais uma vez, composição problemática pertence à frota K. No ano passado, mesma pane provocou descarrilamento

Apu Gomes/Folhapress

Candidato à reeleição, Geraldo Alckmin (PSDB) vistoria obras do Metrô na semana passada

São Paulo – Um trem do Metrô de São Paulo pegou fogo na manhã do último domingo (14) na estação Sé, na Linha 3-Vermelha, centro da capital, a mais movimentada do sistema. No mesmo dia, a empresa, mantida pelo governo estadual, completou 40 anos. Segundo relatos, o calor chegou a derreter partes de borracha das portas da composição avariada – a K01, pertencente à frota K, recordista em problemas. As chamas teriam sido causadas pelo superaquecimento do truque, peça composta pelas rodas, eixo e motor do trem.

De acordo com Relatório de Ocorrência Técnica do Metrô, obtido pela RBA, o condutor percebeu fumaça saindo debaixo da composição por volta das 9h, quando se aproximava da estação Sé. Na ocasião, os metroviários conseguiram apagar o fogo, mas a fumaça continuou. O trem seguiu com passageiros até a estação República, onde só então, ainda fumaceando, foi evacuado.

Ao chegar no estacionamento da estação Palmeiras-Barra Funda, na zona oeste, as chamas haviam voltado. Assustados com a quantidade de fumaça, funcionários desceram aos trilhos e detectaram “princípio de incêndio”. No relatório, trabalhadores afirmam que apenas um extintor não foi suficiente para controlar o fogo. Foi preciso chamar reforço. Ao menos quatro pessoas atuaram na contenção das chamas “até a eliminação de qualquer fumaça”, o que ocorreu mais de uma hora depois.

É a segunda vez em menos de uma semana que um trem da frota K solta fumaça durante operação. Na última quinta-feira (11), a composição K03 apresentou problemas no horário de pico da tarde. A ocorrência foi registrada na estação República, na Linha 3-Vermelha, onde o trem foi evacuado e recolhido ao pátio. De acordo com metroviários, porém, não houve fogo naquela ocasião.

O “princípio de incêndio” registrado no domingo (14) remete a um problema recorrente nos trens da frota K: superaquecimento do truque. As altas temperaturas a que são submetidos eixo, rodas e motores já provocaram o descarrilamento do trem K07 na Linha 3-Vermelha em agosto do ano passado – um dos únicos e o mais grave da história do Metrô, que acaba de completar 40 anos.

De acordo com os metroviários, apenas em 2014, houve ao menos outras duas falhas com fumaça ou fogo nas composições da frota K. Em 21 de maio, o problema foi registrado no K19 na Vila Matilde. No último dia 3, na estação Carrão, houve chamas no truque do trem K15. Reformada pelo consórcio MTTrens, composta pelas empresas TTrans, MPE e Temoinsa, a frota K tem um longo histórico de falhas (confira abaixo).

Procurado pela RBA, o Metrô de São Paulo disse apenas que não houve princípio de incêndio em nenhuma das composições do sistema.

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