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‘Nunca foi tão sólida a hipótese de segundo turno’, diz Padilha

Ex-ministro da Saúde anunciou oficialmente o sindicalista Nivaldo Santana como vice de sua chapa e ironizou: 'Em nossa coligação, água não vai faltar'

Paulo Pinto/Analítica

Padilha fala, ao lado do presidente estadual do PT, Emidio de Souza, Nivaldo Santana e Suplicy

São Paulo – O candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, anunciou oficialmente na tarde de hoje (1°) o nome do vice de sua chapa, o sindicalista Nivaldo Santana, membro do Secretariado Nacional do PCdoB e vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), e disse que a união das forças contrárias ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) pode derrotá-lo. “Apresentamos uma proposta de mudança de verdade, o que significa polarização com o atual governo. Esse é o debate no qual vamos nos concentrar. Nunca foi tão sólida a hipótese de segundo turno no estado.”

Padilha afirmou que seu candidato a vice tem o perfil de sua candidatura. “Nivaldo é um companheiro com forte inserção no movimento sindical, representante do movimento negro e conhece tudo sobre a Sabesp e a crise de falta d’água em São Paulo. Nessa coligação água não vai faltar”, ironizou.

Em entrevista coletiva ao lado Nivaldo Santana, do candidato ao Senado Eduardo Suplicy, do presidente estadual do PR, José Tadeu Candelária, e de várias lideranças do PCdoB, o ex-ministro da Saúde afirmou que a aliança com PCdoB e PR para a disputa do governo paulista tem “capacidade de dialogar com os segmentos que apoiam a presidenta Dilma em São Paulo” e tem representatividade no interior do estado. “O PT governa cidades importantes como Araçatuba e Jaú. O PCdoB está presente em várias cidades de porte médio e pequenas, no interior do estado. O PR está presente em várias cidades. Estamos com três partidos políticos que têm forte presença no interior do estado.”

Para o ex-ministro, nessa conformação de três campos políticos na disputa do governo do estado de São Paulo, o inimigo é um só. “Vamos continuar expressando que nosso único adversário é o governo do estado”, disse.

Padilha disse que encara com naturalidade a mudança de posição do PP de Paulo Maluf, que um mês atrás havia se comprometido a apoiar o petista, mas recuou ontem (30), último dia para a formação de alianças, de acordo com a legislação eleitoral. O diretório do PP divulgou nota informando que a decisão de voltar atrás foi da maioria absoluta de membros da agremiação no estado. “Respeito a decisão dos partidos políticos de quererem reunir os ex-governadores numa candidatura. Vamos esperar o apoio deles no segundo turno.”

Segundo o candidato petista, o diálogo com o PP foi construído de forma pública. “Quando discutimos com o PP fizemos questão de anunciar aquela decisão num evento público na Assembleia Legislativa, exatamente para deixar claro as posições de cada um.”

Na visão de Padilha, a disputa eleitoral no estado de São Paulo se divide entre três forças. “Existem três campos na disputa eleitoral: um campo representado por quem governa há 20 anos, do atual governador; um que reúne os ex-governadores, que governaram nos 20 anos anteriores, do final dos anos 1970 até 1994; e a nossa coligação, que governará a partir de 2015 pela primeira vez”, acredita.

PCdoB

Para o vereador Orlando Silva (PCdoB), uma aliança mais ampla teria mais condições de derrotar o PSDB do governador Geraldo Alckmin, mas ele diz acreditar na que foi formada por PT, PCdoB e PR. “Sempre achamos que é possível derrotar o governo do PSDB em São Paulo. Isso exige uma aliança ampla, com mais partidos na aliança. Não foi possível. Mas acho suficiente a aliança construída para dar competitividade à candidatura do Padilha.”

Silva diz que a candidatura peemedebista é importante para derrotar Alckmin. “Nossa primeira tarefa é levar a eleição ao segundo turno. A consolidação da candidatura de Paulo Skaf pelo PMDB é fundamental para garantir o segundo turno.”

Mas, para o comunista, a candidatura Skaf não vai se sobrepor à petista. “Eu não creio. Sugiro que se observe a trajetória do PT em São Paulo. Em 1990, o PT fez 10% dos votos. Em 1994, 16%. Em 1998, 23%. E, em 2002, rompeu a barreira dos 30% e manteve a média nas últimas três eleições basicamente com um campo de alianças próximo ao que temos hoje.”

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