Legislativo paulistano

Para Fernando Haddad, projeto de Plano Diretor está ‘maduro’ para ser votado

Prefeito de São Paulo diz que proposta foi elaborada democraticamente e críticas são feitas por quem não lê o texto

Alice Vergueiro/Futura Press/Folhapress

Prefeito diz que empresários têm assento no conselho da cidade e puderam opinar democraticamente

São Paulo – O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, disse hoje (18) acreditar que o Plano Diretor está “maduro” para ir à votação na semana que vem pela Câmara Municipal. “Mas não cabe a mim fixar a data. É o calendário da Câmara”, disse, em entrevista coletiva.

Ao rebater críticas, Haddad defendeu o texto do projeto dizendo que ele foi discutido com toda a sociedade. “As pessoas não leem o texto. Tem que ler o texto. O Plano Diretor está sendo bem recebido por todo mundo que entende de cidade. Estamos colocando a cidade no século 21 depois de 80 anos com o mesmo desenho, desde Prestes Maia”, disse. Prestes Maia foi prefeito de São Paulo de 1938 a 1945 e de 1961 a 1965.

Haddad declarou que o projeto do Plano Diretor foi “amadurecido depois de um ano e meio de trabalho” e sua elaboração foi democrática. “As diretrizes foram estabelecidas em abril do ano passado e não foram contestadas desde então. A ideia é dar mais fôlego aos bairros, adensar onde tem transporte público, regular uso e ocupação de acordo com a capacidade de suporte, preservar áreas verdes, trazer moradores onde tem emprego, tudo isso está no bojo do Plano Diretor.”

Segundo Haddad, empresários tiveram oportunidade de colaborar com o processo. “Apresentamos (o projeto) no conselho da cidade mais de uma vez, onde os empresários têm assento. Tiveram oportunidade de publicamente opinar, apresentar emendas também publicamente”, lembrou.

Ontem, o presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes, criticou, em entrevista à BandNews, o texto do Plano Diretor. “Como está hoje no plano, a fórmula colocada, traz aumento de 10% a 40% ou 50% no preço final do imóvel (para as empreendedoras), o que pode inviabilizar os empreendimentos e obviamente inviabilizar a arrecadação municipal”, afirmou.

O empresário disse à rádio também ser contra a votação do projeto durante a Copa do Mundo. “A população tem que estar confortável em conhecer o que está acontecendo, o que está sendo proposto para poder colocar suas opiniões e aí os vereadores decidirem o que fazer. Votar em dia de Copa não faz o menor sentido”, avaliou. “Se não for possível votar de forma tranquila até o final de junho é possível entrar no recesso de julho e fazer com sessões extraordinárias, fazer votações mais tranquilas”, recomendou.