Contra a Copa

Movimentos de moradia dão início a dia de protestos; 4 mil vão às ruas em SP

Com impacto abaixo do esperado pelo adiamento da greve dos ferroviários, manifestantes se preparam para ato unificado às 17h, na Avenida Paulista

Militantes do MTST queimam pneus para bloquear acesso à Arena Corinthians na manhã desta quinta-feira (15)

São Paulo – Liderados pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), que colocou 3 mil militantes nas ruas da capital paulista, movimentos sociais e sindicatos deram início na manhã de hoje (15) à jornada nacional de atos contra a realização da Copa do Mundo no Brasil. Desde as 7h, cerca de 4 mil pessoas distribuídas em pelo menos oito focos de protestos em São Paulo bloqueiam vias. O maior foco de protesto é a Arena Corinthians, onde ocorrerá a abertura do torneio de futebol, em 12 de junho, e onde cerca de 1,5 mil pessoas manifestam-se em defesa da intervenção governamental para barrar o aumento de aluguéis, uma política nacional de prevenção a despejos e mudanças no Minha Casa, Minha Vida para fortalecer a participação dos movimentos de moradia.

Além do MTST, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, ligado à Força Sindical, mobilizou aproximadamente 150 operários das empresas Thyssenkrupp, Engemet e Delga em atos contra a política econômica do governo de Dilma Rousseff (PT). A Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre e sindicalistas representados pela Conlutas, ambos ligados ao Psol e ao PSTU, também integram os protestos. De madrugada, antes do início do funcionamento do transporte público, os metroviários fizeram uma passeata a partir da Praça da República e ao longo da avenida Ipiranga, no centro de São Paulo, como parte da campanha salarial da categoria.

Os pontos fechados por manifestantes na manhã de hoje em São Paulo foram a Marginal Pinheiros, próximo à Ponte João Dias; a Ponte do Socorro, na região da Marginal Pinheiros, em ambos sentidos; a Marginal Tietê, próximo à Ponte Estaiadinha; a Estrada de Itapecerica, em ambos os sentidos; o Viaduto Domingos de Moraes, ao lado da Ponte Atílio Fontana, no sentido bairro; as avenidas Itaquera e Radial Leste, na região da Rua Dr Luiz Ayres; a Avenida dos Estados; Juntas Provisórias; e a Avenida Interlagos. O fluxo de veículos ficou complicado nessas regiões até às 10h30, quando as ruas começaram a ser liberadas pelos agentes de trânsito. Os protestos da manhã não conseguiram alcançar o impacto esperado na capital paulista pelo adiamento da greve dos ferroviários, que iria parar todas as linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) a partir da 0h de hoje.

Outras dez capitais têm protestos previstos para hoje contra a Copa do Mundo, a maioria a partir das 17h, quando está previsto o início dos atos unificados, que reúnem movimentos sociais de diversos temas. No Distrito Federal, ainda pela manhã, cerca de 200 militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do Levante Popular da Juventude protestaram em frente à sede local da TV Globo em defesa da democratização das comunicações no país. Ainda em Brasília, manifestantes invadiram o prédio da Terracap, do governo do Distrito Federal, e foram contidos pela tropa de choque da Polícia Militar. Um militante se feriu.

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