Petrobras

Formalização de CPI no Senado fica para esta quarta. PT quer apuração de cartel dos metrôs

Enquanto oposição avança para investigar compra de Pasadena, Paulo Teixeira amplia coleta de assinaturas para instalar comissão semelhante, com o intuito de apurar casos Siemens e Alstom

zeca ribeiro/câmara dos deputados

Teixeira: “Estou trabalhando pela instalação de uma CPI mista para o caso dos metrôs desde o ano passado”

Brasília – Enquanto deputados e senadores da oposição aguardam um desfecho do Congresso sobre a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras, por conta da compra da refinaria Pasadena, a base aliada do governo deu início ao movimento para que seja aberta, em paralelo, uma segunda CPI. Desta vez, com o intuito de investigar a formação de cartéis para construção dos metrôs de São Paulo e do Distrito Federal.

No início da noite desta terça-feira (1º), ao mesmo tempo em que, do Senado, a decisão sobre a leitura do requerimento para formalizar a CPI da Petrobras terminou sendo adiada, na Câmara o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) destacou que foi dada a largada para a coleta de assinaturas para a CPI dos metrôs.

A investigação referente ao caso dos metrôs também envolve a participação de políticos do governo paulista – na época sobre a gestão do PSDB – em denúncias de pagamento de propinas às empresas Alstom e Siemens. E respinga, também, nos principais adversários do PT no governo do Distrito Federal: os ex-governadores Joaquim Roriz e José Roberto Arruda – citados em investigação que já está em curso por parte do Ministério Público Federal.

Paulo Teixeira, no entanto, desconversou quando o assunto foi relacionado à CPI da Petrobras e disse que a coleta, embora tenha tomado corpo nos últimos dias, foi iniciada no final de 2013. “Estou trabalhando pela instalação de uma CPI mista para o caso dos metrôs desde o ano passado. É um outro problema”, colocou. De acordo com o deputado, o Congresso Nacional, a partir do que já foi apurado, pode e deveria apurar a investigação, como forma de “elucidar para a sociedade brasileira quem efetivamente participou do processo da formação de cartel e de corrupção”, assegurou.

No Senado, o adiamento da leitura do primeiro requerimento partiu de uma questão de ordem apresentada pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-ministra da Casa Civil. A senadora argumentou que o texto que pede a CPI engloba como justificativas o que ela chamou de “fatos desconexos” que possam vir a suscitar a realização de uma investigação na Casa sobre a Petrobras – já que não existia um único fato determinado para a apuração no pedido apresentado pelo autor do requerimento, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Diante disso, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), preferiu postergar a discussão para a sessão desta quarta-feira (2).

Na prática, existem dois requerimentos apresentados por Dias ao plenário do Senado. O primeiro, que seria lido hoje, pede a instalação de uma CPI apenas no Senado. O segundo, do mesmo Álvaro Dias, pede que a CPI seja mista (formada por representantes da Câmara e do Senado). Para que a CPI mista – que, caso venha a ser instalada, terá maior força – venha a ser ratificada, no entanto, é necessário a assinatura de 171 deputados.

Já em relação à CPI só do Senado, não há mais possibilidade de recuo, a não ser que os senadores retirem suas assinaturas do requerimento – uma vez que o número de assinaturas concordando com a instalação (28 senadores) chegou a superar o número regimental mínimo exigido para a formalização.

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