Denúncia

André Vargas se licencia da Câmara dos Deputados

Petista acusado de envolvimento com doleiro Alberto Youssef afirmou que vai tratar de assuntos particulares por 60 dias

José Cruz/Agência Brasil

Deputado é também 1° vice-presidente da Câmara, cargo que será exercido por Gonzaga Patriota (PSB-PE)

São Paulo – O deputado federal André Vargas (PT-PR), primeiro-vice-presidente da Câmara, pediu hoje (7) licença de seu mandato pelo prazo de 60 dias. Ele foi envolvido em denúncias de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, que apura esquema de lavagem de dinheiro.

Vargas teria usado um avião contratado por Youssef para uma viagem a João Pessoa (PB). O empréstimo da aeronave teria sido discutido entre o parlamentar e o empresário por mensagem de texto no início de janeiro. O deputado disse, em nota, que é amigo de Youssef – preso desde o dia 17 pela operação da PF – e negou que o uso da aeronave signifique envolvimento com negócios do doleiro.

Ele justificou a licença com o argumento de que vai tratar de assuntos particulares. Durante o período, estará afastado também do cargo de 1° vice-presidente da Câmara. Para compor o quórum da Mesa, será chamado o primeiro suplente, deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE).

Hoje, o Psol entrou com uma representação com a transcrição das trocas de mensagens entre Vargas e Youssef. O documento foi enviado para análise jurídica. Se for acatado, será enviado à Corregedoria da Câmara.

Se a Mesa Diretora entender que o deputado deve ser processado, o caso vai para análise do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Depois de aberto o processo no Conselho, se for o caso, mesmo que André Vargas renuncie ao mandato, o processo terá continuidade.

Nota

No final da tarde, por meio de sua assessoria de comunicação, Vargas divulgou nota à imprensa na qual afirma que pretende, com a licença, preservar a Câmara dos Deputados, enquanto prepara sua defesa diante do que chama de “massacre midiático”. Segundo ele, essa situação é “fruto de vazamento ilegal de informações”.

Na nota, o petista diz que não é “alvo de nenhuma investigação e não foi comunicado oficialmente acerca dos temas tratados pela imprensa”.

Com informações da Agência Câmara


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