Ditadura

Não reclame, participe, propõe Lula ao falar dos 50 anos do golpe

Para ex-presidente, tão importante quanto lembrar do período autoritário é valorizar a democracia conquistada pela sociedade

Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Lula: “Devemos sobretudo lutar a cada dia para ampliar a nossa democracia, incluindo cada vez mais gente”

São Paulo – “Ao invés de reclamar, participe”, propôs o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em depoimento gravado sobre os 50 anos do golpe, que se completarão no início da próxima semana. Para ele, o momento “não é de desanimar, é de participar”, para garantir e valorizar a democracia conquistada pela sociedade. “Este país será o país que queremos se conseguirmos garantir a democracia”, afirmou.

Lula lembrou que a democracia brasileira ainda é recente – 26 anos, se considerar a promulgação da Constituição, ou 29 anos, contada a posse do primeiro presidente civil após o período autoritário. “Devemos sim lembrar nosso passado, lamentar o período sombrio pelo qual passamos, mas sobretudo lutar a cada dia para ampliar a nossa democracia, incluindo cada vez mais gente e fazendo com que nosso sistema político represente cada vez melhor o povo brasileiro.”

Ele ressaltou o direito à livre manifestação. “Apenas em uma democracia o povo pode ir às ruas reivindicar seus direitos, pois a democracia não é nenhum pacto de silêncio, é a sociedade em movimento buscando novas conquistas”, disse o ex-presidente. Ao observar que só em períodos democráticos “todos os segmentos sociais podem chegar ao poder”, Lula citou seu próprio exemplo e o da atual presidenta, Dilma Rousseff, como um “torneiro-mecânico e uma condenada pelo regime militar” que se tornaram presidentes.

Assista ao vídeo divulgado pelo Instituto Lula:

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