Eleições 2014

Em meio a noticiário ‘hostil’, aprovação do governo Dilma volta a cair, aponta CNI/Ibope

Pesquisa de popularidade aponta que aprovação do governo caiu de 43% em novembro para 36% agora. Percepção do noticiário dá conta de que, para 32% dos ouvidos, notícias sobre presidenta têm foco negativo

Roberto Stuckert Filho / PR

Dilma, durante entrega de etapa do Programa Minha Casa, Minha Vida, em Araguaína/TO

São Paulo – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou hoje (27) pela manhã o resultado da pesquisa de avaliação do governo da presidenta Dilma Rousseff realizada em parceria com o Ibope. De acordo com o resultado, a avaliação positiva do governo Dilma caiu de 43% em novembro de 2013 para 36% em março deste ano, empatando com o percentual da população que considera o governo regular (36%). Os que consideram o governo ruim ou péssimo são 27%. O levantamento foi realizado entre 14 e 17 de março e ouviu 2.002 pessoas em 141 municípios, e está registrado na Justiça Eleitoral sob o número BR-00053/2014.

A avaliação positiva da “forma de governar” da presidenta Dilma é de 51%, contra 43% que desaprovam a forma como o governo é conduzido; questionados sobre a confiança na presidenta, os respondentes da pesquisa se dividiram: 48% dizem confiar na presidenta, enquanto 47% dizem não confiar em Dilma. A aprovação do governo caiu em todas as áreas sondadas pelo Ibope e, hoje, é negativa, inclusive em temas onde o governo federal tinha melhor avaliação, como combate ao desemprego, combate à pobreza e meio ambiente. As áreas com pior avaliação são saúde (77% de desaprovação), segurança pública (76%) e impostos (77%).

O quadro negativo para o governo federal é acompanhado da percepção geral de que, entre novembro e março deste ano, o noticiário foi negativo para o governo Dilma. Hoje, 32% acreditam que as notícias veiculadas em jornais, rádio e TVs tratam o governo de forma negativa, enquanto 15% acreditam que a maioria das notícias é favorável à administração do PT. Para 34%, o noticiário não é nem positivo, nem negativo, mas a lista de notícias que foram individualmente mais lembradas pela população revela que os dez primeiros assuntos mais conhecidos, responsáveis por 59% das menções ao noticiário, são de reportagens com viés negativo para o governo.

É difícil falar em tendências, porque, durante a campanha eleitoral, o governo vai mostrar o que tem de mais positivo. É difícil saber o que vai ocorrer. A própria economia brasileira está em estado de incerteza; não se espera um crescimento muito grande, mas tudo depende do combate à inflação, especialmente dos alimentos. Esse é o grande tema, já que o desemprego está muito baixo. Se o governo puder lidar com a inflação, pode reverter a queda da popularidade”, pontuou o economista Renato da Fonseca, diretor-executivo de pesquisa da CNI, durante entrevista coletiva.

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