Minas Gerais

PF não encontra conexão entre deputado e helicóptero com cocaína

Em nota, entidade diz que investigação indica, até aqui, que piloto agiu sem conhecimento de Gustavo Perrella, proprietário da aeronave apreendida no Espírito Santo com 445 quilos da droga

Assembleia Minas

Perrella diz que não sabia da utilização do helicóptero de sua empresa para o tráfico de drogas

São Paulo – A Polícia Federal informou hoje (10) não ver ligação, até aqui, entre o deputado estadual mineiro Gustavo Perrella (Solidariedade) e a aeronave de sua propriedade apreendida transportando 445 quilos de cocaína. “Não ficou configurado, a partir das provas periciais já produzidas e dos depoimentos colhidos, qualquer indício de envolvimento da empresa proprietária do helicóptero utilizado para o transporte da droga, nem de seus representantes legais”, diz o comunicado, divulgado na página da entidade.

O balanço parcial da investigação é divulgado 17 dias após o flagrante, no Espírito Santo, no helicóptero  Robinson R-66, de propriedade da empresa Limeira Agropecuária e Participações Ltda., do deputado, que é filho do filho do senador Zezé Perrella (PDT-MG). Para a PF, até aqui a indicação é de que o piloto Rogério Antunes agiu em parceria com um outro piloto para transportar a droga, provavelmente em direção ao Paraguai – versão refutada pelo advogado de Antunes, que afirma que a viagem era de conhecimento do parlamentar.

Por se tratar de tráfico internacional, a investigação será conduzida pela PF, com acompanhamento do Ministério Público Federal, com provas apresentadas à Justiça Federal no Espírito Santo. A investigação também apontou, segundo a polícia, não haver comprovação de que o combustível utilizado no transporte da droga tenha sido bancado por Perrella. “As provas colhidas na investigação apontam que todos os abastecimentos posteriores ao início do voo foram custeados pelo grupo criminoso, em aeroportos ou pontos clandestinos”, diz o texto.

Sabe-se que entre janeiro e outubro deste ano Perrella utilizou R$ 14.071 de verba da Assembleia Legislativa para abastecer a aeronave, e que também o pai dele se valeu de recursos do Senado para garantir o abastecimento do equipamento, usado para voos que diziam respeito às empresas da família, e não ao mandato. A este respeito, a PF diz não ser sua competência legal comprovar esta conexão.