arbítrio

Genoino cospe sangue e precisa sair da prisão, confirma laudo médico

Por ordem do presidente do STF, Joaquim Barbosa, parlamentar petista, que se recupera de uma cirurgia cardíaca, está preso ilegalmente em regime fechado desde o dia 15

©pedro ladeira/folhapress

Militantes do PT fazem vigília na frente da Papuda desde domingo

Brasília – O deputado licenciado José Genoino (PT-SP), preso ilegalmente por ordem do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), tem o estado de saúde “bastante delicado”, cuspiu sangue nos últimos dias e precisa de cuidados medidos que não são possíveis na cadeia, segundo conclusão do laudo do Instituto Médico Legal do Distrito Federal divulgado hoje (20) por seu advogado, Luiz Fernando Pacheco.

Genoino é um dos condenados da Ação Penal 470, conhecida por processo do mensalão, presos de maneira arbitrária na sexta-feira (15), em São Paulo, e transferidos para o presídio da Papuda, em Brasília. O parlamentar deveria cumprir pena em regime semiaberto, mas foi mandado para o fechado. Além disso, seus problemas de saúde garantiriam a prisão domiciliar enquanto se recupera.

Barbosa ignorou o veredicto da própria corte e o agravante doença ao determinar as prisões, embora seja público que Genoino se recupera de uma cirurgia cardíaca de alto risco realizada em agosto, quando sofreu numa dissecação da artéria aorta e chegou ao hospital com 10% de chances de sobreviver. Devido ao problema, ele precisa de vários medicamentos e de dieta especial.

Segundo o advogado, Genoino não tem condições, no momento, de cumprir a pena em uma penitenciária.

A conclusão do laudo, assinado pelos médicos José Raimundo Levino da Silva e Marise Helena Frigini da Silva, diz: “Trata-se de paciente com doença grave, crônica e agudizada, que necessita de cuidados específicos medicamentosos e gerais, controle periódico por exames de sangue, dieta hipossódica, hipograxa e adequada aos medicamento utilizados, bem como avaliação médica cardiológica especializada regular”.

“Aguardamos para hoje um pronunciamento do ministro Joaquim Babosa por uma questão humanitária. Cada dia a mais que o Genoino fique nas dependências carcerárias, é um dia a mais de risco para a saúde, que é bastante delicada.”, ressaltou Pacheco.

Em parecer enviado ao STF, a procuradora-geral da República em exercício, Ela Wiecko, avaliou que o estado de saúde de Genoíno pode tornar inviável o cumprimento da pena. Ela pediu que uma junta médica composta por três médicos faça a avaliação clínica dele.

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Com agências