Concessão da BR-163 tornará mais barato escoamento de grãos, destaca Dilma

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Antônio Cruz/ABr

A licitação e teve deságio de 52% no pedágio cobrado, considerado “muito grande” pela presidenta

Brasília – A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (27) que a licitação da Rodovia BR-163, concluída nesta quarta-feira, permitirá o escoamento de grãos a um custo menor e beneficiará todo o país. Durante cerimônia de inauguração das obras de ampliação do Berço 201 do Porto de São Francisco do Sul, no litoral norte de Santa Catarina, Dilma destacou a necessidade de o Brasil convergir portos e rodovias e aumentar sua produtividade.

“Uma das questões relevantes para a gente garantir que o Brasil cresça, que melhore a vida das pessoas, que melhorem os salários, que melhore a economia é infraestrutura. É por isso que a gente fala que investir em infraestrutura aumenta a produtividade e vai aumentar a competitividade dos produtos brasileiros nos mercados internacionais e, portanto, vai aumentar a nossa riqueza”, ressaltou.

A licitação reuniu sete grupos empresariais ou empresas individuais e teve deságio de 52% no pedágio cobrado, considerado “muito grande” pela presidenta. “Essas licitações são muito importantes para o Brasil. A gente pensa que a BR-163 lá de Mato Grosso não interfere aqui em Santa Catarina, mas interfere sim, porque uma parte expressiva dos grãos convergem aqui para onde tem porto no Brasil e é por aí que vão escoar.”

Dilma participou da inauguração das obras de ampliação do Berço 201 do Porto de São Francisco do Sul, localizado no litoral norte de Santa Catarina. O berço é o ponto de atração das embarcações no cais. A obra faz parte da segunda edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e resultou em um aumento de 130 metros na extensão do berço, que passou de 150 metros para 280 metros. O investimento chegou a R$ 35 milhões, dos quais R$ 30 milhões foram aplicados pela União e R$ 5 como contrapartida do porto.

Também foram entregues hoje 59 motoniveladoras e dez caminhões-caçamba a prefeituras de municípios com até 50 mil habitantes do estado. À tarde, Dilma assinará ordem de serviço das obras de ampliação das barragens de Taió e Ituporanga, em Itajaí, e, em Florianópolis, o contrato para iniciar as obras de dragagem do Porto de Imbituba, com investimento de R$ 36 milhões.

Obras contra enchentes

Mais tarde, a presidenta inaugurou as obras de ampliação das barragens dos municípios de Taió e Ituporanga, em Santa Catarina, na bacia do rio Itajaí, para conter as cheias que causaram grandes estragos nos últimos anos. O barramento deve ser ampliado em dois metros de altura por uma extensão de 4,6 quilômetros. Com isso, a capacidade de contenção de Taióaumentará em 19% e em Ituporanga em 18%.

As obras terão início ainda neste mês, ao custo de R$ 60 milhões, e devem ser concluídas em maio de 2015.

“Não vamos impedir que a chuva caia, mas vamos criar um método de convivência com ela para evitar mortes e reduzir ao máximo seus efeitos”, disse Dilma.

Além das barragens, a presidenta destacou o Sistema Nacional de Prevenção e Alerta de Desastres Naturais, como forma de conhecer a possibilidade de grandes chuvas com alguns dias de antecedência, possibilitando a remoção de moradores em áreas que podem ser atingidas por tempestades. E o aparelhamento de grupos do Sistema Único de Saúde (SUS), como a Força Nacional do SUS, que atua em áreas de desastres para evitar a proliferação de doenças e atender pessoas feridas.

Educação

Dilma também comentou a importância das universidades comunitárias no interior do país, após ter recebido uma homenagem do governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), em virtude da regulamentação dessas instituições, realizada no dia 13 de novembro.

“Muitos brasileiros não teriam como estudar em sua cidade se não fosse por este projeto. Isso é democratização da educação”, afirmou a presidenta.

Dilma ressaltou que o desenvolvimento de um país só se da através de uma educação de qualidade, com inovação e tecnologia. “Como manteremos 36 milhões de brasileiros que resgatamos da miséria? O fim da miséria é um começo. Com essa iniciativa, demos mais um passo na oferta de educação de qualidade”, disse.

Para ela não existe uma só receita para melhorar a educação. “São várias receitas: aumentar o número de universidades públicas, ampliar o Prouni e fortalecer as universidades privadas, garantir acesso ao Fies, que permite que a pessoa possa estudar e depois de formada pagar o financiamento”, afirmou a presidenta.

Dilma também reafirmou que os recursos dos royalties do pré-sal não serão investidos somente em educação superior. “Nós queremos que os brasileirinhos tenham condições de oportunidade igual e por isso precisamos de creches de qualidade. Também precisamos garantir a alfabetização na idade certa. Tem estados nesse pais onde 35% das crianças não sabem as operações fundamentais da matemática, não conseguem interpretar um texto. Isso precisa mudar”, concluiu.

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