São Paulo – O destino político do ex-prefeito de Unaí (MG) Antério Mânica seria o PMDB, como ele mesmo informou na semana passada, mas acabou sendo o PR. Representantes de ambos os partidos confirmaram sua filiação ao PR, e já se fala em dobradinha para 2014, com o deputado federal Bernardo Santana candidato à reeleição e Mânica para estadual. O ex-prefeito é acusado de ser um dos mandantes da chacina de Unaí, em janeiro de 2004, quando quatro servidores do Ministério do Trabalho e Emprego, três fiscais e um motorista, foram assassinados a tiros.

“Ele tinha vários convites, mas optou pelo PR, um partido que sempre o acolheu muito bem”, afirmou o líder do PR na Câmara Municipal de Unaí, vereador Thiago Martins, candidato mais votado na eleição de 2012.  “Ele foi muito bem recebido. Tem todo o apoio dele (Bernardo Santana), que ficou muito satisfeito”, acrescentou Martins, que foi hoje a Brasília com outros parlamentares do PR em busca de recursos para a região.

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Assim como o ex-prefeito, Bernardo Santana também é produtor rural e tem o noroeste mineiro como base eleitoral. Em setembro, ele esteve em Unaí, na 53ª Expoagro da cidade e no 9º Fórum Regional de Agropecuária,  juntamente com a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), presidenta da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

O presidente do PMDB de Unaí, Zeuman de Oliveira e Silva, o Professor Zeuman, disse que a filiação de Mânica estava acertada, mas teria havido resistência na direção do partido em Minas Gerais. “Nós queríamos muito que ele viesse”, afirmou Zeuman, candidato a vice-prefeito na eleição do ano passado, na chapa liderada por José Gomes Branquinho, do PSDB – ao qual Mânica era filiado até o final do ano passado. Era uma coligação de dez partidos. O prefeito eleito foi Delvito Alves da Silva (PTB), em aliança com outros oito partidos, entre os quais PDT, PSB e PV.

Na segunda-feira (14), terminou o prazo para que os partidos políticos encaminhassem à Justiça Eleitoral as relações atualizadas de filiados. Até o final do mês, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgará as listas oficiais e casos de duplicidade de filiação, abrindo prazo para resposta.

Na semana passada, Antério Mânica afirmou à RBA que havia se filiado ao PMDB no dia 4. Mas a executiva do partido em Minas contestou a informação e chegou a divulgar nota sobre seu “desinteresse” na vinda do ex-prefeito, devido ao processo relativo à chacina. Zeuman contou ter recebido um telefonema nesse sentido, mas disse que identificou o interlocutor. “O Saraiva não entrou em contato comigo”, afirmou, referindo-se ao presidente estadual do PMDB, o deputado federal José Saraiva Felipe, que chegou a ser ministro da Saúde entre 2005 e 2006.

Zeuman não vê a acusação contra Mânica como empecilho. “Acreditamos na inocência dele.” Procurado desde segunda-feira, o ex-prefeito não foi localizado.