Reforma Política

Bancada do PT debate estratégias contra projetos de Jucá e Vaccarezza

Iniciativa segue orientação da direção partidária, que ontem classificou de ''contrarreforma política' as propostas em andamento na Câmara

PT nacional

Em foto de arquivo, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, que voltou a defender ampla reforma política

São Paulo – A bancada do PT na Câmara dos Deputados se reúne hoje (24), em Brasília, para reforçar a necessidade de manter as propostas do partido para a reforma política e traçar estratégias contra os projetos sobre o tema que tramitam hoje no Congresso Nacional – considerados superficiais.

O PT defende o financiamento público exclusivo de campanhas, lista pré-ordenada e paritária de gênero nas eleições parlamentares, ampliação da participação popular e convocação de Assembleia Constituinte exclusiva para a reforma.

Nenhum desses temas está proposto no projeto de minirreforma eleitoral do senador Romero Jucá (PMDB-RR) ou no Grupo de Trabalho coordenado pelo deputado petista Cândido Vaccarezza (SP). Em resolução aprovada ontem (23) pela Executiva Nacional do partido, as duas iniciativas foram classificadas de “contrarreforma política”.

A resolução bate de frente com Vaccarezza, que coordena o Grupo de Trabalho contra a vontade do próprio PT (ele foi indicado pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, do PMDB-RN), mas o presidente da sigla, Rui Falcão, disse ontem, após a reunião da Executiva, que a divergência não é pessoal.

“Não mencionamos o Vaccarezza [na resolução]. Não vamos personificar, vamos na discussão política e não na fulanização das posições”.

Na reunião de hoje da bancada, Falcão disse que será reafirmado o compromisso de votar “logo, se possível”, o projeto de decreto legislativo de convocação do plebiscito, de iniciativa das bancadas de PT, PCdoB, PSB e PDT na Câmara.

PSB

Falcão também falou sobre os movimentos do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, mas não quis polemizar sobre a possível saída do histórico aliado do governo Dilma Rousseff.

Ao contrário, reforçou a expectativa de que as duas siglas caminhem lado a lado na disputa eleitoral do ano que vem.

“Nós achamos que 2014 vai repetir o mesmo processo de 2002, 2006 e 2010: de um lado vão estar todos aqueles que estão comprometidos com processos de mudança social, política e econômica, iniciado com o presidente Lula; e do outro, aqueles que se opõem a esse projeto”, disse Falcão.

Segundo ele, a avaliação é a mesma contida em na nota da Executiva Nacional, divulgada também ontem.

“Nós achamos que o PSB, que participou desse campo pelas mudanças, deve continuar nessa posição. Estamos sugerindo aos nossos diretórios que os cargos sempre estão à disposição, seja nos governos liderados pelo PT dos quais o PSB participa, seja naqueles que o PSB lidera e nós participamos”.

Rui Falcão afirma que o debate com o PSB é programático e que “os diretórios municipais e estaduais estão orientados a debater o fortalecimento desse bloco de mudanças para garantir a eleição da Dilma em 2014”.

Rio de Janeiro

Falcão não vê a pré-candidatura do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) ao governo do Rio de Janeiro como um racha na aliança entre o PMDB do governador Sérgio Cabral e o PT no estado.

“Em vários estados vamos ter candidaturas do PT e do PMDB. O importante é que haverá palanque para a companheira Dilma, seja com PT, seja PMDB. E se não se baterem os dois [Cabral e Farias] no segundo turno, um vai apoiar o outro”, prevê.

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