Alianças

Saída de Cid Gomes provoca debandada de 400 quadros do PSB cearense

Grupo do governador do Ceará não concorda com a decisão do presidente da sigla de deixar o governo Dilma

josé cruz/abr

O governador e seu grupo ainda não definiram para qual partido irão

Brasília – O governador do Ceará, Cid Gomes, formalizou ontem (26) sua saída do PSB, o que deverá provocar uma debandada de cerca de 400 quadros do partido no estado, numa reação direta à decisão do presidente da legenda, governador Eduardo Campos (PE), de deixar o governo Dilma Rousseff para trabalhar sua pré-candidatura à presidência da República em 2014. Cid e o irmão, Ciro Gomes, além de outros caciques hoje no PSB, pretendem seguir ao lado de Dilma agora e no ano que vem.

O grupo do Ceará engloba aproximadamente 280 políticos com mandatos – destes, 38 prefeitos, 13 deputados federais, vereadores e deputados estaduais.

Cid Gomes afirmou que ainda está avaliando para qual partido irá migrar. A intenção é que todos os dissidentes sigam para uma mesma legenda. Especula-se que os cearenses possam ir para o PSD ou o PRO, mas ontem o governador afirmou que também foi procurado por PP, PCdoB e PDT. A decisão, segundo ele, só deverá ser tomada após reunião programada para a próxima terça-feira (1º), faltam quatro dias para o prazo final de mudança de partido com vistas a 2014.

Com a saída oficial do PSB aguarda-se também uma definição sobre a proximidade maior que poderá vir a ter o grupo de Cid Gomes no governo federal. Conforme informações de parlamentares daquele estado, o governador já teria recebido aceno do Palácio do Planalto para uma conversa na próxima semana. Hoje, os irmãos Cid e Ciro Gomes estão no comando da Secretaria Nacional dos Portos, com o ministro Leônidas Cristino.

Rio de Janeiro

Enquanto isso, no Rio de Janeiro, o deputado Romário, que tinha saído da sigla e esperava novo partido, foi convencido ontem pela executiva nacional do PSB a voltar para a legenda e passar a ser o novo coordenador do diretório no estado. Romário substituirá o cargo que era exercido, no diretório, pelo prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso. Afastado no início da semana sob a acusação de que estaria contrariando as diretrizes nacionais e apoiando a reeleição da presidenta Dilma Rousseff dentro da legenda, Alexandre Cardoso também está negociando o partido para o qual migrará nos próximos dias.

Até terça-feira deve ser formalizada, nos estados, a situação de todos os integrantes partidários que desejam sair do PSB e continuar mantendo o apoio à reeleição da presidenta Dilma. Isso porque o prazo para regularizações dos partidos com vistas às eleições do próximo ano vai até 2 de outubro. A intenção, segundo integrantes da executiva nacional dos socialistas, é evitar rupturas e hostilidades, permitindo a saída de forma conciliadora dos que não se sintam desconfortáveis com uma candidatura própria à presidência – o que abriria espaço, por parte do partido, para buscar novas alianças para a candidatura de Eduardo Campos.