América do Sul

Dilma põe ‘tecnologia’ do Bolsa Família à disposição do Paraguai

Ao lado de Horacio Cartes, presidenta saudou volta do país ao Mercosul e falou em integração regional da Patagônia ao Caribe

Roberto Stuckert Filho

Chefes de Estado de Brasil e Paraguai destacaram vontade de ambos os países de construir amplas parcerias

São Paulo – O aprofundamento das relações bilaterais, com o desenvolvimento de políticas públicas em parceria, foi o tema principal da entrevista coletiva concedida hoje (30) pela presidenta Dilma Rousseff e o colega paraguaio Horacio Cartes, em Brasília. No discurso antes do almoço no Palácio do Planalto, a presidenta ressaltou a disposição de Cartes em superar a miséria em seu país.

“Estou feliz com seu compromisso de combate à pobreza como fator de integração entre os dois países”, afirmou Dilma. Segundo ela, “o Brasil vai procurar colocar de forma sistemática a tecnologia dos programas Bolsa Família e Brasil sem Miséria” à disposição do país vizinho. Na visão da presidenta existe convergência de compromisso entre os governos dos dois países no combate às desigualdades sociais.

Dilma ressaltou a disposição de o Brasil intensificar as relações com o Paraguai em várias áreas – social, econômica, energética e cultural. Ela citou a construção da linha de transmissão entre a usina de Itaipu e a subestação de Villa Hayes, na Grande Assunção, como simbólica da parceria entre os dois países.

A ponte na fronteira, que vai ligar Foz do Iguaçu à cidade de Presidente Franco, do lado paraguaio, é outra obra citada pelos dois presidentes. As obras devem começar em novembro e serão financiadas pelo Brasil. O presidente Horacio Cartes demonstra otimismo. “Já estou pensando na quarta e na quinta ponte”, declarou. Dilma disse que a nova ponte vai ajudar as exportações do país vizinho.

Além de negócios e parcerias, os dois discutiram a volta do Paraguai ao Mercosul, do qual foi suspenso após a deposição do presidente Fernando Lugo, em junho de 2012.

“Consideramos que a participação tem um significado muito importante nesse momento, e consideramos também que seremos capazes, no Mercosul, de integrar da Patagônia ao Caribe, de tornar a região um tecido multilateral muito mais forte”, preconizou Dilma. “Seremos capazes de estar à altura do desafio que é construir, implementar a integração e a cooperação entre nossos países.”

Cartes mencionou os brasiguaios como exemplo da importância das relações entre os dois povos e disse que muito da agricultura de seu país é devida ao trabalho dessas pessoas.

Esta foi a terceira reunião realizada entre os dois chefes de Estado desde 15 de agosto, quando Cartes tomou posse, com um discurso de identificação com os governos de esquerda da América do Sul, jurando combate à pobreza e luta pela democracia.

O novo presidente paraguaio pertence ao partido Colorado, que ficou 60 anos no poder e manteve a ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989). Empresário, é um dos homens mais ricos do Paraguai.

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