conselho econômico

Ministra Gleisi Hoffmann condena visões pessimistas sobre empregos no país

Ministra mostra, em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, que Brasil tem maior estoque de emprego dos últimos dez anos

© Pedro Ladeira/Folhapress

A ministra Gleisi Hoffmann, durante reunião do CDES, em que criticou pessimismo acerca da economia do país

Brasília – A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, disse hoje (22) que a queda no ritmo de criação de empregos no país em julho, conforme dados divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), deve ser vista a partir dataxa dedesemprego, uma das menores da história, e não com uma visão pessimista. Segundo ela, o país não enfrenta “uma situação de desemprego”.

De acordo com osdados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados(Caged) divulgados pelo MTE, o saldo líquido da geração de empregos em julho passado foi o menor dos últimos dez anos, com a criação de cerca de 42 mil postos, enquantoa taxa de desemprego no mesmo mês, divulgada hojepelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi 5,6%, com uma melhora em relação aos 6% registrados em junho.

“Eu gostaria de chamar a atenção de todos para o estoque de empregos que temos hoje no país. Nós temos 40,454 milhões de empregos. É o maior estoque de empregos dos últimos dez anos, quando começamos uma política ofensiva de empregabilidade. Portanto, qualquer número que saia sobre variável de geração de emprego deve ser observada a partir desse estoque”, disse a ministra.

“Nós temos um crescimento menor das vagas de emprego em razão também do grande aumento de estoque de emprego que nós tivemos nos últimos anos”, explicou.

As declarações foram dadas após sua participação na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), no Palácio do Planalto. Composto por representantes do governo e da sociedade civil, o CDES tem o objetivo de assessorar a Presidência da República na formulação de políticas públicas, reformas estruturais e de desenvolvimento.

Demandas populares

A chefe da Casa Civil,  propôs ao CDES debater formas de atendimento às demandas da população que mantenham equilíbrio das contas públicas. Segundo Gleisi, o governo tem implementado a responsabilidade fiscal e equilibrado o orçamento. “Nós estamos conseguindo equilibrar as principais despesas e dar foco naquelas que têm interesse para a população brasileira”, disse, ao iniciar sua apresentação.

“Só para ter uma ideia, em 2003 tínhamos uma despesa com pessoal de 5,07% do PIB. Hoje, essa despesa está em 4,2%. Também conseguimos estabilizar a despesa com a Previdência, que está na média de 7,25% nos últimos dez anos. Isso é uma conquista para o equilíbrio fiscal.”

A ministra ressaltou que o país tem um estoque de oportunidades de investimentos que chega a R$ 1,1 trilhão, principalmente na área de infraestrutura logística. Ela informou que o plano de investimentos em logística, que prevê R$ 213 bilhões em recursos privados em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, começará a ser executado ainda neste semestre, a partir dos editais de licitação. “Temos que trabalhar muito para chegar a um nível de investimentos importante no país”, completou.

Política e sociedade

Gleisi Hoffmann também pediu ao conselho que estabeleça uma pauta de discussões específica sobre a reforma política. Ela citou as alternativas colocadas para resolver a questão, como o plebiscito proposto pela Presidência para que a população explicite as principais mudanças que quer, e o projeto de iniciativa popular, que tem a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) como um de seus principais defensores.

A principal crítica foi em relação ao financiamento privado de campanha, considerado pela ministra a causa de muitos problemas na política nacional. Para ela, é preciso alterar as regras atuais, a partir de um amplo debate com a sociedade, para saber qual é o melhor modelo de financiamento.

A reunião de hoje foi a primeira depois que o CDES completou dez anos de criação, em 17 de julho. Segundo o secretário de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri, que é secretário-executivo do conselho, houve um pedido da Presidência para que o órgão “se debruçasse sobre as novas transformações da sociedade brasileira”, em particular, os pactos propostos pela presidenta Dilma Rousseff nas áreas de saúde, educação, mobilidade urbana, reforma política e legado dos eventos internacionais sediados no país.

Leia também

Últimas notícias