Sem governador

Com vaias a Anastasia, ausente, Dilma é aplaudida na terra do avô de Aécio

Presidenta elogia 'grandes brasileiros e brasileiras' nascidos em São João del Rey ao lançar PAC que dará R$ 1,6 bilhão para preservação do patrimônio histórico em 44 cidades

Roberto Stuckert Filho/PR

O repasse do governo federal para os 44 muncípios será de R$ 1,9 bilhão destinados à recuperação de prédios

São Paulo – A visita da presidenta Dilma Rousseff ao seu estado natal não contou com a presença do governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), nem do senador Aécio Neves, provável adversário na disputa pelo Palácio do Planalto em 2014. Hoje (20), durante o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas, que destinará recursos federais à preservação de 44 cidades históricas em todo o país, o governo estadual foi representado pelo vice do tucano, Alberto Pinto Coelho (PP). Mesmo ausente, Anastasia foi colocado em situação incômoda porque teve o nome vaiado quando citado por Coelho.

Dilma recordou que iniciou a campanha eleitoral em 2010 pela cidade mineira, e enalteceu a importância do estado onde nasceu para a cultura e a história do país. “Teríamos outras hipóteses. Por que São João del Rey? Porque na última vez que estive aqui anunciei que ia fazer o PAC Cidades Históricas”, disse, enaltecendo em seguida figuras importantes que nasceram na cidade, “grandes brasileiros e brasileiras”, como o escritor Otto Lara Resende e o ex-presidente Tancredo Neves, avô de Aécio.

Antes de iniciar seu discurso, Dilma foi ovacionada, com gritos da plateia em um momento em que se especula sobre a viabilidade de sua candidatura no próximo ano. Ela ressaltou a importância da preservação histórica para o entendimento da formação da cultura nacional. “As cidades históricas do Brasil ecoam parte significativa na formação da cultura. Cada seixo, cada pedra capistrana é relicário do que fizemos ao longo da história. Nos honra, nos identifica e a preservação será maior possível àqueles que construíram a nação.”

A liberação de R$ 1,6 bilhão para a restauração de monumentos históricos foi elogiada pelo prefeito petista do município, Helvécio Reis. O repasse do governo federal para os 44 municípios será destinado à recuperação de prédios, praças e espaços de relevância história do país.

“Fica provado que terra de cultura é terra de gente politizada (…) É preciso reconhecer os esforços pela erradicação da miséria no país durante este governo, e este investimento direto na cultura e preservação do patrimônio. O Brasil da última década mostrou que o desenvolvimento econômico conjuga-se com desenvolvimento social e cultural, com inclusão da população no mercado de trabalho e na vida cultural do nosso país”, disse o prefeito – petista – de São João del Rey, Helvécio Luiz Reis.

O vice-governador Coelho também elogiou o caráter do programa criado por Dilma. “A presidenta lança programa de grande alcance com relação a patrimônio do pais, acolhendo as cidades históricas e trazendo reconhecimento do governo de Minas.” Coelho citou Tancredo Neves como o responsável pela visão estadista em relação à cultura.

“Ainda apor inciativa de Tancredo Neves criou-se o compromisso estatal com cultura, criou a Secretaria de estado da Cultura. Tivemos o estadista Tancredo Neves, e aqui temos a presidenta mineira Dilma Rousseff, num cenário de compromissos premantes e atávicos, como liberdade, democracia, e valores culturais de nossa terra e nacionalidade.”

Esta é a segunda visita de Dilma a Minas Gerais em quinze dias. A primeira ocorreu no dia 7, em Varginha, ocasião em que o governador mineiro, que manteve boas relações com a presidenta no início do mandato, tampouco compareceu. Na agenda de Anastasia de hoje, os únicos compromissos oficiais previstos eram “despacho internos”. Ontem, ele recebeu as participantes do concurso de beleza Miss Terra Brasil 2013.

Programa

Entre as 425 obras, 115 serão em imóveis que abrigam equipamentos culturais, como teatros, cinemas e bibliotecas, além de 39 museus cujos edifícios também serão recuperados pelo Programa.

Os municípios selecionados foram aqueles que possuem bens tombados em nível federal, ou são declarados pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade, ou possuem conjuntos urbanos em situação de risco ao patrimônio edificado, ou são conjuntos urbanos considerados marcos no processo de ocupação do território nacional.

A presidenta ainda lembrou das oportunidades de criação de emprego e renda que as obras de restauração podem trazer às cidades que receberão os recursos. “São muitas obras em muitas cidades, todas para preservar riqueza histórica e gerar mais riqueza para o povo. Nossas cidades são extraordinárias para a autoafirmação do povo brasileiro, e um chamariz para turismo, para o emprego, a renda, e a receita para os municípios”, finalizou.

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