Só em 2016

Paulo Teixeira: ‘Precisamos afastar a ideia estranha que resiste à democracia participativa’

Deputado defende reforma política e vê resistência ao plebiscito como rastro de uma 'democracia elitista'

Antônio Cruz/ABr

Para deputado, o momento é de politização e juventude que foi às ruas ‘quer mais democracia participativa’

São Paulo – O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) afirmou hoje (4) que é necessário afastar da sociedade a resistência ao plebiscito sobre reforma política. “Precisamos afastar a ideia estranha que resiste ao plebiscito, que é previsto constitucionalmente, e que reforça a democracia participativa”, disse, em entrevista à Rádio Brasil Atual.

Para Teixeira, a resistência enfrentada pelo plebiscito dentro do Congresso e na sociedade representa a existência de uma “democracia elitista” que “quer que o povo permaneça apenas como espectador, e não como ator da democracia”. Ele ainda ressaltou que a ideia de o povo não saberia opinar é equivocada. “O plebiscito não pode ser visto como um problema para a democracia, e sim como solução. É uma democracia elitista aquela em que se tem medo de ouvir o povo, o que é uma bobagem, o povo é sábio.”

Teixeira lembrou que o momento de politização atual, principalmente pelas manifestações que tomaram as ruas do país no mês de junho, pede uma maior participação popular na política. “Temos que superar resistências e fazer uma grande consulta à população sobre reforma eleitoral, de um lado. E outra sobre a própria utilização de plebiscitos e referendos. O povo quer melhorar também mecanismos de participação direta, não só democracia representativa. Vivemos um momento de politização, mobilização, de participação direta, que entendemos que enriquece a democracia”, comentou.

“A juventude que foi às ruas quer mais democracia participativa, o plebiscito não pode ser visto como um problema para a democracia, e sim como solução. É uma democracia elitista aquela em que as pessoas têm medo de ouvir o povo, o que é uma bobagem, o povo é sábio.”

O vice-presidente da República, Michel Temer, descartou hoje (4) a possibilidade de realizar o plebiscito para valer já nas eleições de 2014. Ele afirmou após reunião com líderes da base aliada na Câmara e ministros que é consenso que o plebiscito não terá efeito sobre as próximas eleições, quando se votará em presidente, governadores, senadores e deputados. Ao mesmo tempo, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), voltou a sinalizar a possibilidade de que o Congresso barre a intenção da presidenta Dilma Rousseff de promover uma consulta popular no segundo semestre.

Temer avisou que uma das possibilidades em estudo é deixar o plebiscito para ser realizado em paralelo ao segundo turno das eleições, com efeito apenas para a votação municipal de 2016. O vice-presidente recebeu no Palácio do Jaburu os ministros Ideli Salvatti (Relações Institucionais), Aloizio Mercadante (Educação) e José Eduardo Cardozo (Justiça).

Leia também

Últimas notícias