Partido e Dilma estão unidos e pesquisas não abalam presidenta, dizem petistas

10 anos de governo

cc/PT Bahia

Auditório lota para acompanhar evento do PT em Salvador, com Lula e Dilma, para marcar 10 anos do partido no governo

Salvador – Ao longo de um dia movimentado para o PT na Bahia, correligionários do estado e de vários lugares do Brasil se esforçaram nesta quarta-feira (24) para demonstrar que a presidenta Dilma Rousseff e o partido permanecem em união apesar dos últimos acontecimentos e que a recente queda de popularidade da gestora não abala seu ambiente político. Os militantes se encontraram na capital baiana, em um evento realizado à noite, para comemorar os dez anos da sigla no poder e reafirmaram que o partido se caracteriza pela força coletiva, ignorando as atuais pressões.

Para o presidente nacional do PT, Rui Falcão, não há nenhuma possibilidade de estremecimento entre Dilma e a cúpula da legenda. “Não há crise nenhuma entre nós. Ao contrário, há uma unidade muito forte do PT todo com ela, do Lula com ela. Somos irmãos, ainda mais na Bahia”, disse Falcão. O dirigente alega que todos os governantes saíram abalados dos últimos protestos, embora Dilma seja a menos atingida em sua avaliação.

“Nós temos certeza de que com os cinco pactos que ela propôs, com o programa Mais Médicos, com todo o debate da reforma política no país, ela certamente recuperará a popularidade. E diga-se de passagem, todos os governantes perderam popularidade neste momento. E ela foi uma das que menos perdeu, porque continua liderando as pesquisas”, analisou.

O deputado federal baiano Valmir Assunção concorda com Falcão. Ele lembrou que no último sábado a ausência da presidenta no encontro nacional do partido em Brasília se deu por conta da organização da agenda da visita do papa Francisco ao Brasil, o que foi avisado ao diretório. “Eu estava na reunião. Foi uma atitude normal, pois qualquer filiado ou militante do PT às vezes tem outras atribuições e não pode participar de determinadas reuniões e isso é normal no PT”.

Assunção acrescentou também que a aprovação pessoal de Dilma é melhor inclusive que a de seu antecessor, mas que prefere não analisar a situação política pelas pesquisas. Para o petista, é melhor julgar o momento atual como uma insatisfação social por maior participação na vida política brasileira, o que está sendo gestado a partir dos pactos que a presidenta levou a público recentemente.

Para o dirigente, os meios de comunicação também devem ser alvos de críticas. “Historicamente, as elites sempre trabalham contra quem tenta retirar seus privilégios. Em 2005, foi assim com Lula, mas não tiveram sucesso. Agora, estão tentando fazer a mesma coisa com a presidenta Dilma”, discursou.

Para Falcão, tentar taxar os governos populares de corruptos é uma antiga estratégia dos aristocratas e as estatísticas provam que nunca houve tanto combate à corrupção do que nos dois últimos governos. “Agora, mais do que nunca, nós diremos: mexeu com a Dilma, mexeu conosco”, disse ao convocar a militância para garantir a reeleição da presidente.

Ministérios e bancadas

O tamanho do poder Executivo na gestão da presidenta também foi tema de análises durante o encontro em Salvador. A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) avaliou que as políticas do PT para o Brasil se provam acertadas “a partir de qualquer olhar sincero para a realidade do país” e que a união de partidos no evento da noite de quarta também prova isto. Ela criticou a oposição por defender a diminuição do número de ministérios e disse que o tom de quem faz este tipo de reivindicação é totalmente errado.

Já o deputado federal Amaury Teixeira (PT-BA) acredita que a base aliada ao governo federal no Congresso Nacional atualmente está “fragmentada” e que a situação requer um trabalho dedicado pela sua recomposição. “É preciso urgentemente recompor a base em Brasília. Não está fácil, mas não considero que haja uma rebelião”.

Segundo Teixeira, o problema pode também estar nas atitudes do PMDB, que estaria se comportando como oposição, inclusive propondo a diminuição de ministérios. Para o parlamentar, o atual recesso branco no Congresso pode contribuir para recompor a base. “Vai ser bom porque todo mundo vai voltar mais leve e nós vamos conversar melhor.”

Já o governador baiano Jaques Wagner disse ser totalmente contra a exclusão dos ministérios e disse que o PT tem um estilo de governo que tem foco em trabalhos de reparação a quem foi historicamente escanteado pelo poder instituído. Por conta disto, disse, é preciso que os críticos analisem que cada pasta tem um objetivo claro e que o desejo dos petistas não é o Estado máximo nem o mínimo, mas o suficiente para servir ao povo dentro de suas necessidades. “A agenda neoliberal não responde ao grito das ruas”, frisou.

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