São Paulo – A coordenação da bancada do PT na Câmara dos Deputados reuniu-se hoje (5) com a presidenta Dilma Rousseff para discutir a necessidade de rearticulação da base aliada, que tem demonstrado sinais de desgaste, principalmente do lado do PMDB. O governo está preocupado principalmente com a possibilidade de a desarticulação implicar a derrubada de vetos presidenciais, que poderia provocar rombos de centenas de bilhões de reais nas contas da União.

O veto ao fator previdenciário (ainda do governo Lula), a itens do Código Florestal e a vários outros textos com implicações fiscais e tributárias se inserem em um “pacote de bondades” que, se aprovadas na atual onda de votações a toque de caixa promovidas pelas duas casas do Congresso nas últimas duas semanas, poderiam inviabilizar o caixa do governo.

O líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), disse hoje que Dilma pediu empenho no esforço para recompor a base do governo para garantir a governabilidade, evitando a aprovação desses projetos ou a derrubada de vetos que comprometam as finanças públicas. “Não podemos votar tudo aquilo que possa sinalizar um desequilíbrio fiscal do país.”

O deputado minimizou a ameaça de uma crise na base do governo. Segundo ele, a base não está quebrada. “A viola desafinou um pouco, e o PT pode ajudar a afinar a viola.” Guimarães disse que Dilma pediu apoio à bancada do PT para ajudar na recomposição da base, do diálogo com os partidos, com o PMDB. “Vamos trabalhar para rearticular a base, pacificar a base”, afirmou.

No último dia 4, o Congresso decidiu arquivar a análise de 1.478 vetos presidenciais acumulados pelo Legislativo há mais de dez anos. Esses projetos estavam caducos e não tinham mais importância jurídica. Mas ainda faltam quase 1.700, entre os quais alguns cuja derrubada teria grande repercussão.

Os parlamentares devem se reunir na quarta-feira (10) para definir critérios sobre a votação dos vetos restantes.

Com agências