travamento de rodovias

Dilma critica caminhoneiros por ‘turbulência’ que prejudica produção no país

Presidenta afirma que manifestações pacíficas engrandecem o Brasil, mas são completamente diferente de afetar a normalidade e a estabilidade

Roberto Stuckert Filho/Planalto

“Meu governo não ficará quieto diante processo de interrupção de rodovias”, afirmou no Planalto

São Paulo – A presidenta da República, Dilma Rousseff, criticou hoje (3) as paralisações de rodovias realizadas por caminhoneiros em várias estradas do país. Dilma afirmou que o governo não concorda e não vai negociar “com processos que levem a qualquer turbulência nos processos produtivos e na vida das pessoas”. As declarações foram dadas em Brasília, durante o lançamento de chamada pública para instalação de 50 portos privados.

Os caminhoneiros iniciaram o travamento de rodovias na última segunda-feira (1º) reivindicando isenção de impostos do óleo diesel, redução no valor dos pedágios e a criação de uma secretaria específica para a categoria. Os protestos têm sido organizados pelo Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC).

A presidenta fez um paralelo com a bandeira nacional, afirmando que o governo tem agido de várias formas para garantir o progresso na infraestrutura do país, mas que é preciso ordem para manter esse processo. “Este projeto dos portos faz parte de um contexto mais amplo, do qual faz parte a redução do custo da energia, a destinação dos recursos do pré-sal, a concessão de rodovias, ferrovias e aeroportos que vão ocorrer nos próximos meses e também as grandes obras do PAC”, disse, iniciando o raciocínio.

E completou em seguida. “É fundamental para o país que as estradas não sejam interrompidas. E o meu governo não ficará quieto perante processos de interrupção de rodovias. Ordem significa democracia, mas também significa respeito às condições da produção, da circulação e da vida da população brasileira”, afirmou.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou hoje (3) a abertura de inquérito pela Polícia Federal para investigar o Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), em relação a possíveis crimes praticados na ações de paralisação de rodovias. A iniciativa se deu a pedido do ministro dos Transportes, César Borges, que teme o desabastecimento de alimentos e combustíveis em algumas regiões do país.

Portos privados

Durante o evento a presidenta lançou o chamamento público para as instalação dos 50 primeiros terminais privados em todo o país. Dos empreendimentos anunciados, 27 serão instalados na região Norte, 12 no Sudeste, cinco no Sul, três no Nordeste e três no Centro-Oeste. Estão previstos investimentos privados de R$ 11 bilhões, que ampliarão a capacidade de carga dos portos em cerca de 105 milhões de toneladas.

A presidenta garantiu que o processo de ampliação dos portos dará condições iguais de concorrência a todos os interessados e terá uma licitação simplificada. “Com esse anúncio abrimos a etapa para descobrir quem quer construir. Temos aqui 50 interessados. Se houver mais alguém, ele poderá contatar o ministério e participar de um processo simples de licitação. Caso não haja mais ninguém, estará autorizada a construção dos terminais privados”, disse. A partir dessa autorização as empresas terão de apresentar projetos e documentações para instalação dos terminais.

Para Dilma, esta ação é um marco histórico no setor. “Essa ação completa uma nova abertura dos portos brasileiros. Ao invés de para as nações amigas, para o setor privado. Por que precisamos de maior eficiência e diminuir as reservas de mercado que retardavam o desenvolvimento da economia brasileira”, afirmou. Segundo a presidenta, o objetivo das ações é desburocratizar cada vez mais o setor para desenvolver uma estrutura portuária compatível com o país.