Presidente do PT diz que base aliada fechou plebiscito como ponto central

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Fábio Rodrigues Pozzebom/Arquivo ABr

Falcão afirmou que o desejo da sociedade por democracia afasta o risco de desestabilização

São Paulo – O presidente do PT, Rui Falcão, afirmou hoje (27) que os presidentes de nove dos dez partidos reunidos com Dilma Rousseff no Palácio do Planalto concordaram em colocar o plebiscito sobre a reforma política como ponto central da resposta institucional às manifestações realizadas nas últimas semanas em todo o país.

“Hoje é um dia de alegria porque, após muito anos de o PT defender a reforma política, e depois dessas manifestações lideradas pela nossa juventude, e a despeito dos atos que não coadunam com a democracia, houve hoje a reunião de presidentes de dez partidos, quando foi colocado no centro da discussão, e foi aprovado quase por unanimidade como tema central o plebiscito pela reforma política”, disse durante entrevista coletiva realizada em São Paulo no fim da tarde, horas depois do encontro em Brasília.

Além de Rui Falcão, participaram da reunião com Dilma Carlos Lupi (PDT), Valdir Raupp (PMDB), Eduardo Campos (PSB), Ciro Nogueira (PP), Gilberto Kassab (PSD), Alfredo Nascimento (PR), Renato Rabelo (PCdoB), Benito Gama (PTB) e Marco Antonio Pereira (PRB).

Apenas o presidente do PP, Ciro Nogueira, apresentou posição contrária ao plebiscito. O senador pelo Piauí emitiu nota na qual manifesta que o referendo é a melhor solução: “A disposição dos partidos da base é ajudar a presidenta Dilma a ouvir e dar consequência aos reclames da rua. O povo brasileiro já mostrou que vai renovar a política do Brasil e a mudança está em curso”.

Falcão relatou ainda que houve acordo para promover uma alteração constitucional, caso seja necessário, para que as regras aprovadas em plebiscito e definidas pelo Congresso valham já para a disputa eleitoral de 2014 – segundo as regras em vigor, a Lei Eleitoral precisa ser alterada até 5 de outubro para que seja aplicada no próximo ano.

O presidente do PT confirmou que Dilma enviará na próxima semana uma mensagem ao Congresso pedindo que seja convocada a consulta popular. Ele manteve o tom do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ao afirmar que, embora o Executivo possa enviar sugestões das perguntas a serem feitas à sociedade brasileira, caberá ao Congresso definir as questões do plebiscito.

A respeito da campanha do PT para coletar assinaturas e apresentar um projeto de lei de iniciativa popular pela reforma política, Falcão informou que o partido continuará mobilizado porque existe a possibilidade de encaminhar ao Congresso mudanças mais abrangentes que as definidas durante o plebiscito.

O político comentou também os efeitos das manifestações nas últimas semanas, minimizando o risco de atentados às instituições democráticas. “Não há nenhum elemento na atual conjuntura, até pelos anos democráticos que vivemos, e pela ansiedade que se manifestou nas ruas por uma maior participação democrática, que indique que venha alguém querer dar um golpe.”

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