Presidenta da Funai deixa o cargo alegando motivos de saúde

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São Paulo – A presidenta da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marta Maria do Amaral Azevedo, entregou hoje (7) seu pedido de exoneração ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Segundo nota da fundação, a decisão foi tomada pela executiva devido à necessidade de realizar tratamento médico incompatível com sua agenda de trabalho. O cargo será assumido interinamente pela diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável, Maria Augusta Assirati, que entrou na Funai a convite de Marta Maria.

O afastamento ocorre em um momento de manifestações indígenas por direito a terras no Mato Grosso do Sul e também no Pará, onde está sendo construída a usina Hidrelétrica de Belo Monte.

Em Mato Grosso do Sul, uma tentativa de reintegração de posse contra indígenas que ocupam uma fazenda no município de Sidrolândia terminou com a morte do terena Osiel Gabriel, no último dia 30. Na terça-feira (4), outro índio foi baleado na região. O acirramento da tensão levou o governo estadual a pedir o envio da Força Nacional de Segurança para a área. Desde quarta-feira (5), 110 homens da tropa federal estão na região.

A situação dos indígenas mundurukus, que estão em Brasília desde o começo da semana em manifestações contrárias à construção de usinas hidrelétricas na Amazônia, também aumentou a tensão entre governo e índios nos últimos dias. Depois de oito dias ocupando o principal canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, um grupo de 140 mundurukus veio a Brasília negociar com o governo, mas, após uma semana de peregrinação e protestos, ainda não chegaram a consensos.

Marta também teve de aceitar recentemente a decisão do governo de ampliar o número de instituições às quais os processos de demarcação de terras indígenas serão submetidos. A Funai é responsável pela elaboração dos laudos antropológicos que determinam a criação de novas reservas. No entanto, o governo quer que esses processos sejam submetidos a pareceres da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e dos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário. A Casa Civil já suspendeu novas demarcações no Paraná e no Rio Grande do Sul.

Com informações da Agência Brasil.

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