Oposição a Haddad diz que plano de metas é ‘sonhático’ e conservador

Críticas variam da falta de ousadia a propostas consideradas incompatíveis com o orçamento; ex-líder de Kassab elogia iniciativa do prefeito

São Paulo – Vereadores de oposição ao prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), criticaram hoje (27), por motivos diferentes, o Plano de Metas apresentado por ele ao Legislativo. O documento tem 100 metas e, de acordo com a prefeitura, vai demandar gasto de R$ 22 bilhões a R$ 23 bilhões. Já um dos principais representantes da antiga base do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), José Police Neto, elogiou o atual chefe do Executivo por ter admitido que o plano ainda não está em sua versão final.

Para Gilberto Natalini (PV), a proposta de Haddad é de um “plano sonhático” por apresentar metas que têm custos e tempo para a execução de obras incompatíveis com os quatro anos de mandato no governo municipal e com os recursos disponíveis.

Já na base do PSDB, as críticas se baseiam em argumentos contrários. Para o líder da bancada dos tucanos, Floriano Pesaro, faltou ousadia na definição dos principais projetos para os quatro anos de seu governo. “Esse plano ficou muito aquém do que a cidade precisa e merece”, afirmou.

Ele também criticou o prefeito por ter apresentado o Plano de Metas ontem aos cerca de 100 membros do Conselho da Cidade, criado por Haddad, antes de encaminhar o documento à Câmara, responsável pela votação do plano do Executivo. “Ele (Haddad) mostrou antes para o ‘Conselhão’ o plano de metas do que para os vereadores, a quem de fato e de direito cabe fazer o controle, fiscalizar e acompanhar os atos da prefeitura”, reclamou.

Para Andrea Matarazzo (PSDB), as metas apresentadas por Haddad no plano enviado à Câmara são “conservadoras” e o orçamento é “reacionário”.

Já Police Neto (PSD) elogiou Haddad pelo fato de o prefeito ter afirmado que o plano ainda está incompleto porque precisa da colaboração dos vereadores, por meio de emendas ao projeto original, e da sociedade por meio de audiências públicas que devem ser feitas em um prazo de 30 dias. “Eu considero um avanço, e cabe a nós agora apresentar emendas que contemplem propostas apresentadas pelo prefeito ainda na campanha eleitoral e que ficaram de fora deste plano”, disse. Além do PSD, o PSDB e Natali integravam a base de sustentação de Kassab na Câmara.

Com prioridade para educação, habitação, saúde e transporte, o plano deverá passar por 37 audiências públicas, na própria Câmara e nas subprefeituras.

 

 

 

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