Dilma: ‘Quando plantamos escolas, criamos as condições para combater a seca’

Em discurso em Água Branca (AL), na inauguração dos primeiros 65 quilômetros do Canal do Sertão, presidenta disse também que, enquanto houver seca, o governo assegurará milho subsidiado

Ao lado do presidente do Senado, Renan Calheiros, e do governador Teotônio Vilela, Dilma afirmou que o governo fará novas obras contra a seca (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

São Paulo – Durante nova visita ao Nordeste, a presidenta Dilma Rousseff destacou a importância do ensino como saída para a seca que assola a região. “Quando plantamos escolas, universidades e escolas técnicas, estamos criando a capacidade para que homens e mulheres tenham condições de combater a seca no futuro”, afirmou hoje (12), durante inauguração dos primeiros 65 quilômetros do Canal do Sertão.

Em solenidade realizada no Povoado Alto dos Coelhos, em Água Branca, Alagoas, nas proximidades do canteiro de obras do projeto, Dilma disse também que o programa de combate à seca não funciona isoladamente, mas se combina com os outros programas do governo. “O Bolsa família se combina, por exemplo, com o Minha Casa Minha Vida, porque o povo desse país tem direito à casa própria.” 

O projeto está inserido no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e prevê a construção de 250 quilômetros, ligando os municípios de Delmiro Gouveia e Arapiraca. “Essa é uma das maiores obras de estrutura hídrica do estado de Alagoas”, destacou.

No discurso, Dilma anunciou que o combate à seca não se restringe a medidas emergenciais, nem mesmo ao projeto do Canal do Sertão, e disse que o governo está formulando um novo programa. “Temos de nos preparar para quando a seca passar. Temos por obrigação fazer um outro programa que vamos começar a formatar. Vamos garantir que o que conseguimos juntos até aqui não se perca. É um programa de retomada. Quando a seca passar, não basta chover, temos de recuperar os rebanhos bovinos, ovinos, as galinhas”, perdidos na estiagem. Ela afirmou ainda que, “enquanto houver seca estaremos assegurando milho subsidiado”, melhorando as condições da cadeia que começa com o agricultor e chega à indústria.

Sobre o Canal do Sertão, a presidenta declarou que os 65 quilômetros que incluem os dois primeiros trechos são ainda insuficientes. “Tem de chegar até Arapiraca, tem de ter o próximo capítulo, como novela. Isso significa R$ 1,1 bilhão, previsto no PAC. Com esse dinheiro vamos não só fazer o terceiro trecho, mas também o quarto, chegando a 122 quilômetros com a água correndo”, garantiu

Além disso, ela afirmou que o governo quer garantir que a região tenha 700 mil cisternas até 2014 para possibilitar que todo agricultor tenha onde fazer uma reserva d’água. “Temos dois terços delas construídas”, disse. Os planos de governo, segundo ela, vão além de grandes projetos de infraestrutura, incluindo o desenvolvimento da educação no Nordeste. 

A cerimônia de inauguração dos 65 quilômetros que incluem os dois primeiros trechos contou com a presença do governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) e do senador e presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). 

Dilma elogiou o pai do governador, “o velho Teotônio Vilela”, chamando-o de poeta. “O velho era um poeta, e todo poeta tem um pouco de profeta. São as coincidências boas da história, seu filho ajudou a realizar [o Canal do Sertão]. Estamos aqui inaugurando o trecho de 65 km do Canal do Sertão alagoano. O destino dessas águas é aquele traçado por ele.” 

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