São Paulo – O coordenador da equipe de transição da prefeitura de São Paulo, vereador Antonio Donato (PT), disse que na semana que vem serão anunciados “com certeza” pelo menos dois secretários da cota pessoal do prefeito eleito Fernando Haddad: “A vontade do prefeito é anunciar o núcleo mais próximo, que é o de escolha pessoal dele. Não tenho nenhum nome, não fui consultado nem convidado”, disse. “Dois secretários serão anunciados na semana que vem: Finanças e Negócios Jurídicos. As outras, não sei”, garantiu. Apesar de só mencionar duas pastas, as expectativas são de que Haddad anuncie outros nomes, no mínimo para as secretarias de Governo e de Planejamento. 

Luís Fernando Massonetto (Negócios Jurídicos) e Úrsula Peres (Finanças) são nomes dados como certos. Massonetto, formado em Direito no Largo São Francisco, era braço direito de Haddad no Ministério da Educação. Ambos trabalham junto há dez anos. Úrsula Peres é professora da USP na área de finanças públicas. Ambos fazem parte da equipe de transição, junto com o próprio Donato – ele próprio cotado para a Secretaria de Governo, mas que desconversou sobre os nomes.

Haddad e o deputado federal Gabriel Chalita, presidente do diretório municipal do PMDB, tiveram reunião na tarde desta sexta-feira (9), no prédio da Caixa Econômica Federal, na Praça da Sé, onde trabalha a equipe de transição. Segundo Donato, a reunião não discutiu pastas. “Tratou-se mais do conceito de governo de coalizão, ou seja, de participação no governo e construção de uma base sólida na Câmara. Um governo de coalizão e corresponsabilidade”. 

O vereador afirmou que haverá nova reunião semana que vem, terça ou quarta-feira, com a participação da bancada de vereadores do PMDB e de Chalita. “A partir daí definiremos melhor os espaços a serem ocupados pelo PMDB e pelos outros partidos. Chalita vai procurar a bancada de vereadores, para aí sim avançar uma conversa de integração do PMDB no governo e na base de apoio na Câmara”, explicou. 

Antonio Donato confirmou que PMDB, PCdoB, PSB e PP vão participar do primeiro escalão DO governo de Haddad. “Outros partidos podem vir a compor o primeiro escalão, mas não está definido”, disse. Sobre o PSD do prefeito Gilberto Kassab, afirmou que “não há uma relação formal”. Questionado se existe, por parte do governo eleito, a busca de uma relação mais próxima com a legenda, o vereador respondeu: “É um partido importante na Câmara, defendemos a proporcionalidade e que tenha um espaço importante, mas não existe conversa de integração deles ao governo até o momento”.

Câmara

O coordenador da equipe de transição afirmou ainda que, na reunião de hoje, não se falou em assuntos ligados ao Legislativo. “Não tocamos em eleição da mesa da Câmara, porque isso tem de ser conversado com a bancada de vereadores.” Sobre a discussão do Orçamento da próxima gestão, disse que o assunto está bem encaminhado. “Temos a sinalização tanto do vereador Milton Leite (DEM) quanto do Roberto Trípoli (PV), o relator, de que dialogaremos. Então, isso está tranquilo”, disse.