Cardozo e Alckmin se reúnem para discutir atuação contra violência em SP

Ministro da Justiça e governador paulista devem se encontrar amanhã, no Palácio dos Bandeirantes

A Operação Saturação, promovida pela PM na favela de Paraisópolis na semana passada, foi um novo sinal de que a situação em São Paulo ficou fora de controle (Foto: Apu Gomes/Folhapress)

São Paulo – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se reúnem amanhã (6), às 13h, no Palácio dos Bandeirantes, para discutir os termos da possível parceria entre os governos federal e estadual contra a onda de violência que se espalha pelo estado. A informação é da assessoria de comunicação do Ministério da Justiça, que indica que os pontos de uma agenda conjunta dependem de o governo paulista dizer de que tipo de ajuda precisa, o que, espera-se, será explicitado na reunião de amanhã. 

Os termos de parcerias em segurança pública de que o governo federal participa dependem de reuniões técnicas para traçar diretrizes, de acordo com a realidade de cada localidade. A complexidade de São Paulo (capital e estado), de acordo com a pasta, exige cuidado de ambas as partes.

É preciso saber também qual seria o limite de atuação federal que o governador aceitaria sem correr o risco de ver questionada a autonomia paulista e de seu governo. A assessoria de comunicação do Palácio dos Bandeirantes diz que a reunião está prevista, mas não confirma a presença do governador. De acordo com o governo, a reunião seria do ministro de Justiça com “alguns secretários”: Sidney Beraldo (Casa Civil), Administração Penitenciária (Lourival Gomes) e Segurança Pública (Antônio Ferreira Pinto).

Na quinta-feira à noite, o governo de São Paulo aceitou a ajuda federal, depois de Planalto e Palácio do Bandeirantes passarem a semana trocando farpas. A reunião de amanhã entre o ministro da Justiça e o governador teria sido acertada após telefonema da presidenta Dilma Rousseff ao governador Geraldo Alckmin, segundo a ministra da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas.

Entre o fim da tarde de ontem e a manhã de hoje, 14 pessoas morreram na Grande São Paulo vítimas da violência. Em 2012, segundo dados extraoficiais, cerca de 3.300 pessoas perderam a vida em todo o estado, mais de mil apenas na capital paulista. Chegou a 90 o número de policiais mortos, de acordo com o governo paulista.

Conflito interno

Para o deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB), o governo estadual precisa do apoio federal porque “não consegue elaborar um plano integrado de segurança, nem um plano com a Polícia Civil e a Polícia Militar”. “O conflito já existe dentro da própria Secretaria de Segurança, que não consegue elaborar um plano integrado de segurança, nem um plano com a Polícia Civil e a Polícia Militar. As declarações recentes do próprio secretário de Segurança já revelam a fragilidade do sistema”, diz.

Segundo ele, é preciso que as três esferas atuem conjuntamente.  “Precisamos nos unir e elaborar um plano estratégico de segurança para São Paulo, um plano integrado, municipal, estadual e federal”, defende.

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