Militância ‘aguerrida’ levou Haddad ao segundo turno, diz Erundina
Para deputada, disputa agora será entre as forças progressistas que apoiam o petista e o conservadorismo representado pelo tucano José Serra
Publicado 07/10/2012 - 20h00
São Paulo – Ainda bastante empolgada com a ida de Fernando Haddad (PT) para o segundo turno das eleições em São Paulo, a deputada Luiza Erundina (PSB) disse hoje (7) à Rede Brasil Atual que a maior responsável pela arrancada do petista na reta final foi “a militância aguerrida” do PT e das forças de esquerda na cidade.
“Nossa militância, quando se sente provocada, reage com muita convicção”, afirmou Erundina.
Na opinião da deputada, que foi prefeita e São Paulo pelo PT entre 1989 e 1993, há uma “enorme diferença” entre Haddad e seu adversário no segundo turno, o tucano José Serra. “Haddad representa as forças progressistas e populares; o outro, o conservadorismo”.
Serra, segundo Erundina, é a continuidade de um projeto que fez São Paulo retroceder nas conquistas das administrações dela própria e da petista Marta Suplicy (2001-2005).
“A cidade tem sofrido muito com esses últimos governos. Foi uma perda real para a cidade, do ponto de vista da democracia, da transparência e do controle público sobre a ação dos governantes. Por exemplo, todos os subprefeitos são militares da reserva. Nada contra eles, mas são pessoas sem formação política para gerenciar com a população regiões tão complexas”, avaliou.
Para ela, Haddad terá uma campanha muito mais forte e propositiva no segundo turno, seja pelo apoio de outras forças, como o PMDB de Gabriel Chalita, seja pelo aprofundamento do debate.
“Agora é hora de explicitar mais as propostas. O embate entre três candidatos no final do primeiro turno, deixou evidente a fragilidade do Celso Russomanno (PRB), mas prejudicou a exposição de propostas”, afirmou.
Segundo Erundina, é preciso debater prioritariamente a questão do método de gestão, ou seja, como os candidatos pretendem administrar a cidade, levando em consideração a democracia, a descentralização e participação popular. Ela também defende ampliar a discussão sobre os problemas de São Paulo no contexto da região metropolitana.
“Está na hora de mudar os rumos dessa cidade”, concluiu.