Haddad diz que ‘pesadelo’ acaba dia 28 e que ‘todos’ poderão governar São Paulo

Candidato do PT afirma que jamais assinou um documento que 'virou palhaçada', ironizando versão de José Serra sobre saída prematura da prefeitura

“O que a população vai ganhar com os ataques?”, indagou o petista durante mini-comício na zona oeste (Foto: Paulo Pinto/Campanha Haddad)

São Paulo – O candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, ironizou a explicação do adversário José Serra (PSDB) sobre a saída prematura da administração municipal e demonstrou cansaço com o baixo nível do segundo turno das eleições, com exploração constante de temas morais.

“Agora não é hora de prestar atenção nas pesquisas. Dia 28 é o dia. Vai acabar esse pesadelo. A partir do dia 1º de janeiro estão todos convidados a governar São Paulo. Porque vai ser uma gestão participativa.”, disse hoje (16) durante mini-comício no bairro da Lapa, zona oeste da capital paulista. Mais uma vez, o candidato petista lamentou que o adversário tente associá-lo ao caso do mensalão, em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). “É o que restou a ele. Tentar me atacar pessoalmente. É muito ruim eu reproduzir e atacá-lo nos mesmos termos. O que a população vai ganhar com isso? É uma estratégia que interessa a ele, mas não é uma estratégia que interessa a mim.” 

Ainda sobre os ataques de Serra, Haddad falou pela primeira vez a jornalistas sobre o caso Aref e outros “problemas” de Serra. “Tenho 20 anos de serviço público. Todos os meus colaboradores têm reputação ilibada. Não é o caso dele. Ele tem problema de toda ordem: ele tem problemas na secretaria de meio ambiente, tem problemas com seu vice, com o Aref, que ele nomeou”, disse o candidato petista.

Ex-diretor do Departamento de Aprovação de Edificações (Aprov) entre 2005 e 2012, Hussain Aref Saab tem seu nome envolvido em escândalo de pagamentos de propina. Serra o nomeou em 2005 e Gilberto Kassab o manteve no cargo. Aref é investigado por suposto enriquecimento ilícito. No período, ele teria adquirido 106 imóveis avaliados em aproximadamente R$ 50 milhões. O enorme crescimento de seu patrimônio estaria ligado a um esquema de propina para a liberação de empreendimentos imobiliários em São Paulo. O Ministério Público investiga o caso.

O ex-ministro da Educação lamentou ainda o tom utilizado por Serra em entrevista a jornalistas da rádio CBN. Hoje pela manhã, o tucano atacou os entrevistadores. Logo no início, irritou-se com a pergunta sobre um material contra a homofobia produzido pelo governo estadual nos moldes do confeccionado pelo Ministério da Educação – e criticado por ele.  “A do MEC estimula a prática do bissexualismo, dizendo que quem tem preferência por mulher ou por homem aumenta em 50% a chance de ter companhia no fim de semana”, afirmou.

Depois, novamente Serra demonstrou nervosismo quando questionado sobre o documento que assinou durante a campanha eleitoral de 2004 garantindo que cumpriria os quatro anos de mandato, promessa logo descumprida. Indagado sobre se firmaria um novo compromisso neste sentido, o candidato justificou: “Não, porque virou palhaçada”.

No comício da Lapa, Haddad retrucou a versão do tucano. “Hoje o Serra se recusou a assinar um documento porque virou palhaçada. Nenhum documento que assinei na vida virou palhaçada”, rebateu.  

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