Porto Alegre: Manuela pede segundo turno e diz que espera apoio do PT

São Paulo – Os próximos quatro dias até a votação de domingo, 7 de outubro, serão de empenho da militância para levar a candidata à prefeitura de Porto Alegre Manuela D´Ávila […]

São Paulo – Os próximos quatro dias até a votação de domingo, 7 de outubro, serão de empenho da militância para levar a candidata à prefeitura de Porto Alegre Manuela D´Ávila (PCdoB) ao segundo turno. Pelo menos este foi o pedido claro e uníssono no comício da comunista nesta terça-feira (2), no Largo Glênio Peres. Lideranças nacionais e estaduais dos partidos que integram a coligação e até apoiadores dissidentes de outras candidaturas, como a senadora Ana Amélia Lemos (PP), foram ao microfone renovar forças para reverter a tendência de vitória em primeiro turno na capital gaúcha. “O prefeito está reclamando da falta de tempo para responder sobre as questões da cidade? Vamos dar mais 20 dias para ele”, disse Manuela.

Antes de falar com os militantes, Manuela foi enfática com a imprensa sobre o centro da campanha ser não medir esforços para ir ao segundo turno. Ela avalia que fez a sua parte para contar com o apoio do Partido dos Trabalhadores no equilíbrio de forças entre as candidaturas opositoras à atual administração municipal. “Nosso esforço será sempre nos unirmos com candidaturas opostas à atual situação de Porto Alegre”, disse, ressaltando a expectativa de aliança com o PT em um eventual segundo turno.

O deputado estadual Miki Breier (PSB) lamentou a aliança não ter ocorrido já no começo da campanha. “É fundamental o PT estar conosco. Teremos o mesmo tempo de TV para contrapor o prefeito. Esta aliança deveria ter acontecido antes. Mas acredito que iremos para o segundo turno e o partido do governador Tarso Genro será a força que pesará na disputa”, disse.

O vice-governador do estado, Beto Grill (PSB), também avaliou que a reedição de uma Frente Popular com PSB, PCdoB e PT deveria ter sido efetivada há três meses. “O bloco que elegeu Tarso Genro deveria ter sido reeditado antes. O processo mais democrático é estender o tempo do debate para dar uma disputa com mais igualdade de condições no segundo turno”, avaliou.

“É uma aliança natural. Somos a mesma oposição à mesmice desta gestão de Porto Alegre. Não tenho dúvida de que o PT não ficará neutro”, disse o deputado Raul Carrion. Para ele, as pesquisas que apontam para a reeleição de José Fortunati não retratam a realidade. “Se fosse assim o Olívio Dutra nunca teria governado. Nos últimos dias da eleição o Britto (Antonio) aparecia líder e deu segundo turno”, comparou.

Pesquisa não revela a realidade, afirmam apoiadores

Desconsiderar os números das últimas pesquisas de intenção de voto em Porto Alegre foi o estímulo dos correligionários de Manuela D´Ávila para impulsionar a militância que enfrentou a chuva e permaneceu até o final do comício. O mau tempo acelerou um pouco os discursos e abreviou a fala da candidata. “Vou ser breve porque já participei de vários comícios com chuva. As bandeiras molham e ficam pesadas”, disse Manuela.

Com um palco repleto de candidatas e mulheres da política, e com a fala de apoio do presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), a expectativa do voto de gênero e da juventude foi reforçada. “Nós somos a esperança de renovação para outras gerações. Depois de Loureiro, Brizola e das gerações que elegeram Lula e Dilma”, disse a comunista. Segundo o presidente da UNE, Daniel Iliescu, “não há nenhuma outra candidatura que disputa a eleição municipal no país que represente a história dos caras-pintadas”.

Presença quase ilustre no comício, a senadora Ana Amélia Lemos (PP) salientou as razões de sua dissidência do PP coligado com José Fortunati. “Eu apoio a Manuela porque ela conhece o que Porto Alegre precisa. Esta é uma candidatura limpa e sem uso de máquina. Estas promessas e abusos de poder, como o que aconteceu na Rubem Berta, não nos intimidarão”, defendeu Ana Amélia, lembrando o episódio de suspeita de compra de votos a ser investigado pelo Ministério Público do RS.

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