Petistas veem Serra enfraquecido e sobem tom contra Russomanno

Organização da campanha Haddad já espera ver candidato em segundo lugar nas próximas pesquisas

São Paulo – Avaliações de petistas e sindicalistas durante ato que reuniu hoje (11), em São Paulo, o candidato do PT à prefeitura, Fernando Haddad, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apontam preocupação maior com o candidato do PRB, Celso Russomanno, do que com o tucano José Serra. Alguns já veem o atual líder das pesquisas como o adversário a ser batido, embora os levantamentos ainda apontem equilíbrio na disputa pelo segundo lugar. O vereador Antonio Donato, coordenador da campanha do petista, falou em mudança de cenário. “Tivemos acesso a três pesquisas que dão Fernando Haddad na frente do Serra”, afirmou.

“Temos dois candidatos, o que está em primeiro lugar e o Fernando Haddad. Vamos explicar a diferença entre os dois projetos”, acrescentou Donato, destacando ainda as gestões de Luiza Erundina e Marta Suplicy à frente da prefeitura paulistana. “Só há uma opção política de governar para a maioria.”

O presidente da CUT, Vagner Freitas, disse que Serra “é passado” na política. “Precisamos derrotar os tucanos em seu ninho”, afirmou, reservando ataques para o candidato do PRB. “Qual é a proposta política de Russomanno, além de fazer propaganda em TV e rádio?”

A atividade com os sindicalistas, na quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo, reuniu representantes de quatro centrais: além da CUT, a CTB, a UGT e a NCST. Liderada por Ricardo Patah, filiado ao PSD do prefeito Gilberto Kassab, a UGT foi representada pelo secretário-geral, Francisco Canindé Pegado, que elogiou a gestão de Haddad no Ministério da Educação e disse ver no candidato do PT “os melhores compromissos para a cidade”. Para o presidente da CTB, Wagner Gomes, a vitória de Haddad em São Paulo representará “a continuidade do processo de mudança iniciado em 2002, com Lula”. Ele também disse ter informações de que esta semana pesquisas já colocarão o candidato petista em segundo lugar, à frente de Serra.

O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), defendeu a participação da presidenta Dilma Rousseff na campanha paulistana, atitude que foi criticado por líderes do PSDB. “A entrada da presidenta Dilma na campanha não é uma atitude eleitoral, mas um compromisso com um projeto”, afirmou.

Os petistas também afirmaram que não há qualquer relação entre a disputa em São Paulo e a indicação da senadora Marta Suplicy para o Ministério da Cultura, confirmada hoje pelo Palácio do Planalto. “Quem conhece a presidenta Dilma sabe que não existe esse tipo de toma-lá-dá-cá”, afirmou Haddad. “Se tivesse a ver com a minha campanha, já teria sido feito muito antes. Eu mesmo fiquei sabendo pelos portais.”

Haddad também criticou a desistência de Russomanno de participar de debate organizado pelo jornal Folha de S. Paulo e pelo portal de notícias UOL, que estava marcado para o dia 20 e acabou sendo cancelado. “Isso só comprova o que venho dizendo, que ele não está disposto a discutir propostas sobre são Paulo.” No discurso de encerramento do ato, o petista também atacou Serra. “Alguém quer aqui um prefeito de meio mandato, de meio expediente?”