Haddad vê propostas de Russomanno para São Paulo como ‘palpites’

Candidato do PT avalia que José Serra (PSDB) propõe apenas continuar uma gestão já reprovada pela cidade e julga ter a campanha mais propositiva

Haddad afirmou que as ideias apresentadas por Russomanno não propõem metas, orçamento ou projetos (Foto: Moacyr Lopes Junior/Folhapress)

São Paulo – O candidato petista à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou hoje (10) que as propostas de Celso Russomanno (PRB) para a cidade “são palpites” e “não têm consistência”. Ele avaliou ainda que o candidato tucano José Serra se propõe apenas a continuar projetos da atual administração, de Gilberto Kassab (PSD), “que já foi reprovada pela população”.

As afirmações foram feitas em uma entrevista coletiva realizada após uma caminhada nesta manhã para celebrar o chamado “Dia Lilás”, em homenagem à luta pelos direitos das mulheres, que partiu da Praça Ramos de Azevedo e seguiu até a Praça da República, no centro de São Paulo. Participaram do evento a senadora Marta Suplicy (PT), o senador Eduardo Suplicy (PT), a deputada estadual Leci Brandão (PCdoB) e o presidente nacional do PT, Rui Falcão.

Questionado sobre a campanha de Russomanno, líder de intenções de votos nas pesquisas, Haddad avaliou que ele se restringe no programa de rádio e televisão a “agradecer”. Em alguns programas na televisão, Russomanno tem se limitado a comemorar o primeiro lugar nas pesquisas e a transmitir mensagens de esperança, sem abordar propostas para a cidade. “Até o presente momento não tomei conhecimento sobre metas, orçamento ou projetos. Os poucos balões de ensaio que foram soltos por ele não têm consistência”, disse o candidato petista.

Um exemplo foram as propostas para a saúde. “Temos um problema que vai desde o posto de saúde até as filas de cirurgia e a falta de leitos hospitalares e a solução aparece como um passe de mágica. São palpites, balões de ensaio”, afirmou. “São Paulo é a quinta maior cidade do mundo e quem quer governá-la tem de apresentar um projeto para a cidade. Medidas cosméticas não vão resolver problemas estruturais.”

Sobre José Serra, segundo colocado nas pesquisas, Haddad avaliou que o candidato se propõe a “continuar o que já foi reprovada por 80% da população”, referência às pesquisas de opinião que apontam que em torno de 20% dos paulistanos consideram a atual gestão ótima ou boa. “Temos a campanha mais propositiva”, avaliou.

Questionado sobre o impacto da participação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na campanha de Serra, retomando a questão do mensalão, ele afirmou que esse é um ponto a ser trabalhado pelos advogados do partido. Chamado a ajudar o ex-governador, em dificuldade nas pesquisas, FHC afirmou na propaganda de televisão que “São Paulo não aceita quem é tolerante com desvios de dinheiro público”.

“O que me toca mais que isso é ver o Serra tentando confundir o eleitorado sobre propostas como o Bilhete Único Mensal. Isso não me parece democrático”, lamentou Haddad. Nas primeiras semanas de campanha, o tucano classificou uma das principais propostas do adversário como ‘Bilhete Único Mensaleiro’

No evento, Haddad reforçou a proposta de ampliar a educação integral e afirmou que, em dois anos de governo, pelo menos 100 mil alunos estarão estudando nessa modalidade de ensino. “A ideia é que as crianças visitem museus, bibliotecas, pratiquem esportes, façam teatro e estudem música”.

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