Na ONU, Dilma cobrará compromissos econômicos, ambientais e democráticos

Presidenta abre amanhã a Assembleia Geral, quando também deve falar contra a injeção de dinheiro na economia pelos bancos centrais dos EUA, Japão e Comunidade Europeia

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff finaliza hoje (24), em Nova York, os últimos detalhes do discurso de abertura da 67ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Em sua fala, Dilma deve enviar uma série de mensagens, como a busca pelo fim dos conflitos por meio da paz, a não intervenção militar como solução para confrontos, a relevância dos esforços em favor do desenvolvimento sustentável e o empenho para o reequilíbrio econômico no cenário internacional.

A presidenta abre amanhã (25) pela segunda vez a Assembleia Geral destacando os avanços obtidos na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, realizada em junho. A expectativa é de que a presidenta cobre que os países-membros da ONU cumpram os compromissos firmados na conferência, como as metas globais relacionadas a economia, meio ambiente e assuntos sociais.

Em seu discurso, a presidenta deverá reiterar a necessidade de respeitar a soberania interna e a ordem democrática, referências que dizem respeito diretamente à Síria e ao Paraguai. Sobre a Síria, Dilma deverá defender o fim da violência, a busca da paz por meio do diálogo, o respeito aos direitos humanos e a não intervenção militar.

Dilma deverá, como no ano passado, apoiar o direito de a Palestina ser Estado autônomo. Ela deve mencionar também a necessidade de buscar um acordo de paz dos palestinos e israelenses.

No âmbito regional, a presidenta deve ressaltar que atualmente na América Latina a integração está diretamente relacionada ao respeito à democracia. É uma referência à necessidade de preservar a ordem democrática, algo que os líderes latino-americanos dizem que não ocorreu no Paraguai durante a destituição do então presidente Fernando Lugo, em 22 de junho.

Reequilíbrio econômico

Na esfera econômica, Dilma deverá falar contra a injeção de dinheiro novo na economia pelos bancos centrais dos Estados Unidos, Japão e Comunidade Europeia. A medida, chamada de “afrouxamento econômico”, tenta estimular o consumo e a produção destas economias aplicando grandes volumes de dinheiro no mercado, mas recebe críticas dos países emergentes por prejudicar as exportações destas nações.

É possível que a presidenta cite também a questão da reforma do Conselho de Segurança da ONU, uma vez que o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, que acompanha Dilma, tem uma agenda paralela cujo principal tema é o esforço para a ampliação do órgão.

O conselho é formado por 15 países – cinco ocupam vagas permanentes e dez rotativas. O Brasil defende a ampliação para pelo menos 25 lugares no total. O assunto deve ser discutido durante reunião de Patriota  com representantes do G4 (Alemanha, Brasil, Índia e Japão) e do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Com Agência Brasil.

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