Paulo Preto nega caixa 2 para Serra e manda recados a tucanos que o acusaram

Ex-diretor da Dersa, em São Paulo, depõe na CPMI do Cachoeira e diz que mandou seus detratores assistirem ao filme 'Gladiador'; Cavendish fica calado

Paulo Preto disse que os tucanos que o acusaram de desviar R$ 4 milhões devem continuar com medo dele (Foto: Antônio Augusto/Ag. Câmara)

São Paulo – O engenheiro Paulo Vieira de Souza, conhecido por Paulo Preto, ex-diretor da Dersa nos governos Geraldo Alckmin e José Serra (ambos PSDB), negou durante depoimento na CPMI do Cachoeira que tivesse procurado empresários para que doassem recursos à campanha de Serra à Presidência da República em 2010. Mas aproveitou a audiência para mais uma vez mandar recados aos tucanos que, naquela mesma eleição, o acusaram de sumir com R$ 4 milhões supostamente arrecadados. A denúncia foi publicada pela Revista IstoÉ.

“Pessoas que nunca me viram, nunca me cumprimentaram, colocaram essa matéria”, disse ele. Souza afirmou que move 16 processos contra os “detratores”, entre criminais e por danos morais, e já teria ganho cinco em segunda instância. “Este é o único caminho que me resta como cidadão. Eu os confrontaria cara a cara, mas a covardia deles não me permite”, comentou.

Entre os tucanos que o acusaram estão o deputado José Anibal (SP) e o tesoureiro-adjunto da legenda, Evandro Losato, aos quais acusou de “ingratos”.

Segundo ele, os acusadores são “de alta plumagem” que agora não aparecem por “covardia”. Paulo Souza disse que “os incompetentes” devem continuar “com medo” dele. “Minha luta só termina quando acaba, e não vai ser pouco, não tem acordo comigo. Já mandei eles assistirem ao (filme) Gladiador”. Depois, sobre os valores supostamente desaparecidos na campanha de 2010, perguntou: “Por que é 4? Por que não é 8? Por que não é 500?”.

O engenheiro, que nos anos 90 ajudou no processo de privatização das telefônicas e trabalhou na Casa Civil do governo Fernando Henrique Cardoso, fala agora à CPMI sobre as supostas irregularidades envolvendo as obras do Rodoanel em São Paulo.

Calado

Protegido por habeas corpus expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-dono da Delta Construções Fernando Cavendish optou pelo silêncio perante à CPMI do Cachoeira e foi dispensado.

Perguntado pelo presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), se desejava usar o tempo para se defender das acusações de participar do esquema criminoso comandado pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, Cavendish disse que, por orientação do seu advogado, permaneceria calado.

Ao ser questionado pelo líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR), sobre declaração feita por ele de que poderia comprar senadores, Cavendish respondeu: “esse assunto, no momento oportuno, eu responderei”.

Neste momento, a CPMI toma o depoimento do contador Gilmar Carvalho Moraes, apontado pela Polícia Federal de integrar a organização criminosa chefiada por Cachoeira. Ele informou à comissão que está sendo ameaçado e pediu proteção ao colegiado depois do depoimento de sua mulher Roseli Pantoja da Silva.

Em depoimento à CPMI, Roseli disse que assinou uma procuração para o ex-marido e que o documento pode ter sido usado para criar empresas fantasmas que receberam recursos da Delta.

 

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