Serra ‘cria uma conspiração’ ao processar blogueiros, diz coordenador de campanha de Haddad

Pedido de investigação de blogues críticos a campanha do tucano tenta justificar alta taxa de rejeição do candidato

São Paulo – O pedido do PSDB de investigar blogues e páginas da internet considerados críticos à campanha de José Serra à prefeitura de São Paulo é uma maneira de tentar justificar a taxa de rejeição do candidato, a maior entre os doze postulantes ao cargo. Essa é a opinião do vereador Antonio Donato, coordenador da campanha de Fernando Haddad, nome petista na disputa.

O PSDB entregou ontem (23) à Procuradoria Geral Eleitoral um pedido de investigação de blogues e sites considerados críticos a Serra. Para o partido, é preciso apurar “a utilização de organizações, blogs e sites financiados com dinheiro público, oriundo de órgãos da administração direta e de estatais”, de acordo com o texto, que vê o PT como beneficiário do trabalho desempenhado por colunistas e jornalistas na internet.

“Isso é um factóide que Serra criou para tentar justificar a taxa de rejeição dele”, diz Donato. “Em vez de ver como uma crítica ao governo de Gilberto Kassab, ao abandono da prefeitura e à incapacidade de fazer a cidade avançar, ele prefere entender que é uma conspiração de alguns blogueiros e twitteiros que se opõem a ele.”

Na última pesquisa de intenção de votos do instituto Datafolha, divulgada sábado (21), a taxa de rejeição de Serra era 37%. Quase todo o eleitorado paulistano (99%) conhecia o candidato.

A ação cita especificamente os blogues Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim, e o Dinheiro Vivo, de Luis Nassif, mas pede que a Procuradoria Eleitoral apure as páginas críticas a Serra em geral. “Se fôssemos investigar dinheiro público para financiar jornalismo com posição política tínhamos de investigar o que o governo do estado e a prefeitura investiram em revistas claramente a serviço do projeto de oposição ao governo Lula e Dilma”, avalia Donato, em referência às assinaturas de milhares de exemplares da revista Veja, do Grupo Abril, feitas pelos governos Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab.