‘Mensalão’: STF não pode ceder a pressões, avalia Eliana Calmon

Para corregedora do Conselho Nacional de Justiça, sociedade precisa ser bem informada sobre argumentos a serem usados pelo Supremo, seja em caso de absolvição ou de condenação

Eliana Calmon, corregedora de Justiça, que espera do STF apenas critérios técnicos para julgar o caso do Mensalão (W. Campanato/ABr)

São Paulo – Os juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) não devem ceder a eventuais pressões pela condenação ou absolvição prévias dos 38 réus da Ação Penal 470, conhecida por processo do “mensalão”. A opinião é da ministra Eliana Calmon, corregedora nacional de Justiça. O julgamento começa na semana que vem.

“Não há, absolutamente, (maneira) de a gente achar que (o STF) só se sairá bem se condenar ou não se sairá bem se não condenar. Isso não existe. Porque se fosse assim, não precisava julgar”, afirmou Calmon, em entrevista à Rede Brasil Atual concedida ontem (23) à noite, depois de participar de evento no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo.

Para a ministra, qualquer que seja a decisão do STF, ela terá de ser embasada em argumentos capazes de convencer a chamada opinião pública do veredito. “O povo precisa ficar convencido pelos argumentos a serem usados pelo Supremo Tribunal Federal, mostrando porque está absolvendo e mostrando porque está condenando”, disse. Segundo ela, os meios de comunicação têm grande responsabilidade no processo de esclarecimento da população.

Ouça aqui a entrevista.