Justiça aceita denúncia contra acusados de desvio em obra de Pitta e Maluf

São Paulo – A Justiça Federal em São Paulo anunciou hoje (24) a abertura de processo contra treze acusados de desviar recursos públicos na construção da avenida Água Espraiada, em […]

São Paulo – A Justiça Federal em São Paulo anunciou hoje (24) a abertura de processo contra treze acusados de desviar recursos públicos na construção da avenida Água Espraiada, em São Paulo, durante as gestões dos prefeitos Paulo Maluf (1993-96) e Celso Pitta (1997-2000). Os denunciados são representantes de empreiteiras e funcionários públicos que responderão pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.

A denúncia apresentada em maio pelo Ministério Público Federal é um desmembramento da ação que corre no Supremo Tribunal Federal contra o hoje deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, evasão de divisas e crime contra a administração pública. 

Segundo a investigação, agentes públicos, políticos e representantes das construtoras OAS e Mendes Júnior se associaram para cometer crimes com as verbas destinadas à construção da Água Espraiada, na zona sul da cidade. A canalização do córrego de mesmo nome e a conclusão das obras custaram, ao todo, R$ 796 milhões. 

O esquema consistia na subcontratação de empresas de prestação de serviços ou de fornecimento de materiais que emitiam notas superfaturadas ou frias. A antiga Empresa Municipal de Urbanização (Emurb), da prefeitura, era responsável por realizar medições falsas, por serviços nunca realizados, autorizando a liberação de recursos para os envolvidos no desvio. No mesmo dia do pagamento, ou em dia próximo, as empresas subcontratadas emitiam cheques ao portador, que eram depositados em contas de terceiros, de doleiros, prestadores de serviços, ou sacados em dinheiro. 

Com objetivo de dificultar a identificação e a origem dos recursos, os valores eram convertidos em dólares e, para não chamar a atenção, escondidos em caixas de uísque e de bombons ou em pacotes de presentes. Desta forma a verba chegava ao ex-presidente da Emurg, Reynaldo Egydio de Barros, que, segundo o Ministério Público, posteriormente a distribuía a Paulo Maluf e a Celso Pitta, quando este era prefeito. Os recursos eram enviados ao exterior para contas que nunca foram declaradas.

Foram denunciados os empresários Jesus Murillo Valle Mendes, Jefferson Eustáquio, Angelo Marcos de Lima Cota, Sidney Silveira Lobo da Silva Lima, Joel Guedes Fernandes e Rosana de Faria Oliveira, do grupo Mendes Júnior. Da empreiteira OAS integram a denúncia os empresários Carlos Manoel Politano Laranjeira e José Adelmário Pinheiro Filho. Também foram denunciados os funcionários da cúpula da antiga Empresa Municipal de Urbanização (Emurb), Fernando Kurkdjibachian e Célio Bernardes.

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