Perillo admite ter nomeado indicados por operadores de Cachoeira, mas nega proximidade

O governador Marconi Perillo depõe durante sessão da CPMI do Cachoeira no Congresso Nacional (Wilson Dias/ABr) São Paulo – Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, o […]

O governador Marconi Perillo depõe durante sessão da CPMI do Cachoeira no Congresso Nacional (Wilson Dias/ABr)

São Paulo – Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), confirmou ter nomeado pessoas indicadas pelo ex-vereador Wladimir Garcez e pelo senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), ambos apontados pela Polícia Federal como ligados ao contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A sessão começou às 10h20 e ainda está em andamento.

Apesar disso, Perillo negou ter atendido outras demandas de Cachoeira e disse não ter relação próxima com o contraventor, preso em fevereiro, acusado de comandar um esquema de corrupção de agentes públicos e privados. “O Wladimir fez pedidos pessoais dele na condição de político e vereador. Às vezes, a pessoa leva uma centena de pedidos e você atende um. Não sei quanto o Wladimir levou, mas atendemos poucos”, afirmou Perillo em seu depoimento. “O Demóstenes sugeriu para o primeiro escalão o suplente dele e outros nomes de pessoas qualificadas que foram nomeadas”.

Em depoimento anterior à CPMI, Garcez havia dito que fez indicações para o governo, porém “nenhuma foi aceita”. 

Perillo defendeu colaboradores do seu governo apontados nas investigações da Polícia Federal como envolvidos no esquema de Cachoeira. Ele disse não ter informações que incriminem o ex-presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) goiano, Edivaldo Cardoso, que teria sido indicado ao cargo por Cachoeira; a ex-chefe de seu gabinete, Eliane Pinheiro, que receberia telefonemas para conversas com o contraventor; e o assessor para Assuntos Socais, Lúcio Fiúza, que representou o governador na venda de sua casa em Goiânia, onde Cachoeira foi preso.

Venda da casa

O governador afirmou que a venda da casa seguiu práticas usuais na negociação de imóveis e disse que em nenhum momento se preocupou em saber a origem dos recursos pagos pelo comprador Wladimir Garcez. “Quando a casa foi colocada à venda em anúncios de jornal, Waldimir entrou em contato e manifestou interesse. Acertamos o valor de R$ 1,4 milhão, que se daria em três parcelas, março, abril e maio [de 2011]. Todos os cheques foram depositados e compensados, na mais absoluta prova de boa-fé”. Perillo repassou à comissão uma cópia dos três cheques usados na negociação.

Sem intimidade

Em seu depoimento, Perillo reforçou não ter intimidade com Carlinhos Cachoeira e com Garcez e disse estar sendo “vítima de uma grande injustiça”. Sobre a ligação telefônica que recebeu do contraventor, afirmou se tratar apenas de cumprimentos pelo seu aniversário. “Nunca mantive qualquer ligação de intimidade com Carlinhos Cachoeira. Em 30 mil horas de gravações, não dei nenhuma ligação para ele. Se tivesse relação mais próxima, seria natural que ele tivesse ligado para mim em muitas ocasiões”.

*Com informações da Folha Online, da Agência Câmara e da Agência Senado.