Parlamentares esperam que Perillo explique relação com Cachoeira

Brasília – A venda da casa onde foi preso o empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, será o fio da meada para que os integrantes da Comissão […]

Brasília – A venda da casa onde foi preso o empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, será o fio da meada para que os integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira consigam identificar o nível da relação entre o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e o empresário.

O depoimento do governador na CPMI está marcado para terça-feira (12). O relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG), disse que ele tem muito a explicar. “Prefiro não adiantar minhas dúvidas, mas acho que o depoimento será a oportunidade de o governador Perillo esclarecer muita coisa, não só em relação à venda da casa, mas também sobre sua relação com Cachoeira”, disse o relator.

O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) defendeu o governador e colega de partido, ao dizer que Marconi vai “virar o jogo” ao depor na CPMI. “Ele vai ser convincente e vai virar o jogo. Ele vem reafirmando a mesma sequência de acontecimentos, não há contradição alguma”.

Já o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) disse que há muitos pontos obscuros a serem esclarecidos. “O governador Marconi Perillo terá de esclarecer muitos pontos que ainda estão obscuros. A história da venda da casa não fecha. Há pelo menos três versões diferentes”, comentou o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

Rodrigues disse que na semana passada chegou a ser procurado para uma conversa com Perillo, antes do depoimento. “Um assessor me procurou sondando sobre a possibilidade de conversar com o governador antes de terça-feira. Coloquei a condição de ser uma conversa pública, com a presença de mais três parlamentares. O encontro não prosperou”, disse o senador.

As diferentes versões sobre a venda da casa apareceram em nota divulgada pelo governador, nos depoimentos dados à CPMI pelo ex-vereador Wladimir Garcez e pelo empresário Walter Paulo Santiago.

A apuração das circunstâncias em que a casa foi vendida, na opinião dos deputados e senadores que integram a comissão, servirá para tentar esclarecer o grau de proximidade do governador com o empresário Carlinhos Cachoeira, suspeito de envolvimento com jogos ilegais e de comandar uma rede criminosa envolvendo políticos e empresários.

Outro governador depõe

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), também prestará depoimento nesta semana à CPMI. O depoimento está marcado para a próxima quarta-feira (13).  “Será uma oportunidade para Agnelo esclarecer possíveis dúvidas sobre sua relação com Cachoeira”, comentou o relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG).

A convocação do governador foi aprovada há duas semanas, no mesmo dia em que a comissão aprovou a convocação de Perillo.

Gravações da Polícia Federal, feitas durante a Operação Monte Carlo, flagraram o então chefe de gabinete de Agnelo, Cláudio Monteiro, em conversa com pessoas ligadas a Carlinhos Cachoeira. Quando as denúncias foram veiculadas pela imprensa, Monteiro pediu afastamento do cargo.

A empresa Delta, acusada pela Polícia Federal de fazer parte da organização comandada por Cachoeira, era responsável pela coleta de lixo no Distrito Federal e seu contrato foi suspenso na semana passada.