Para Mercadante, candidatura Serra sofre de ‘fadiga de material’

São Paulo – O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, demonstrou otimismo com as possibilidades de crescimento do pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, e expressou que […]

São Paulo – O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, demonstrou otimismo com as possibilidades de crescimento do pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, e expressou que o desgaste político de José Serra, do PSDB, pode contribuir para a vitória do novato em disputas eleitorais.

Em entrevista ao jornal argentino Página12 durante passagem por Buenos Aires, Mercadante expôs a visão de que o resultado obtido por Serra nas prévias tucanas, de 52%, foi uma mostra de que a disputa pode não ser fácil para o candidato derrotado à Presidência da República em 2010. “Tendo em conta que antes foi duas vezes candidato a presidente, prefeito e governador de São Paulo, esse 52% é pouco, o que revelaria certa fadiga de materiais. De todos os modos, não há que se descuidar porque é uma eleição muito acirrada”, disse. 

O ministro acredita que seu antecessor tem na disputa eleitoral a vantagem de ser um nome novo, e que será natural o crescimento a partir do início da campanha oficial, em julho. “Haddad ainda tem um nível de conhecimento muito baixo, o que não cria uma rejeição pessoal. Ou seja, dispomos de um grande potencial de crescimento.”

Mercadante diz que o debate programático será importante na disputa de outubro, em especial sobre a “crise” de mobilidade urbana, a demanda por saúde pública e a melhoria da política educacional na cidade. “Dilma tem na classe média um nível de penetração que Lula nunca teve”, afirmou. “É uma militante histórica que disputou eleição pela primeira vez quando foi eleita presidenta e se converteu em uma grande novidade. Dilma tem apoio alto e rejeição baixa.”

Na entrevista a Martín Granovsky, o petista comentou também as medidas tomadas pelo governo para tentar reverter os efeitos da crise econômica internacional, agravada principalmente na Europa. Ele afirma que Dilma ordenou aos ministros o aumento dos investimentos públicos como forma de compensar as perdas de aportes do setor privado, o que deve, combinado aos estímulos tributários e à queda das importações, assegurar um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) entre 3% e 3,5% este ano e acima de 4% em 2013. 

Para ele, os países ricos estão em situação mais complicada neste momento porque têm pouca capacidade de adotar medidas anticíclicas, ou seja, que caminhem em sentido contrário à crise, já que sofrem de um alto endividamento e já têm taxas de juros muito baixas. No caso brasileiro, porém, houve uma decisão política em 2003 de frear a “onda privatizante”, o que permitiu ao Estado manter o controle do BNDES, da Petrobras, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil. “O BNDES hoje dispõe de créditos de US$ 160 bilhões. É mais que o Banco Mundial. Se não se pode crescer para fora, há que crescer mais para dentro”, observou o ministro.

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