Manifestação cobra de Alckmin transformação de antiga sede do DOI-Codi em memorial a vítimas da ditadura

São Paulo – Para exigir que a 36ª  Delegacia de Polícia Civil, localizada na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, seja transformada em memorial para homenagear as vítimas da […]

São Paulo – Para exigir que a 36ª  Delegacia de Polícia Civil, localizada na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, seja transformada em memorial para homenagear as vítimas da ditadura, manifestantes foram ontem (3) até a porta da delegacia na rua Tutoia, onde funcionou o Destacamento de Operações de Informações-Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) cobrar do governador Geraldo Alckmin (PSDB) essa transformação.

O DOI-Codi foi um dos um dos principais centros da repressão do regime autoritário, que abrigou a Operação Bandeirante (Oban) – articulação entre militares e empresários para combater a oposição ao regime. Amélia Telles, ex-presa política que passou pelo DOI-Codi, contou como foram seus dias de horror. “Me arrastaram para esse pátio da Oban e disseram que eu tinha chegado no inferno. Depois disso era só tortura. Aqui fedia sangue, vômito, fezes.”

Cláudio Antônio Guerra, ex-delegado do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) – outro órgão ligado a repressão – disse em seu livro ‘Memórias de uma Guerra Suja’ que sob ordens militares incenerava corpos de militantes de esquerda em uma usina de açúcar em Campos dos Goytacazes, no norte do Rio de Janeiro. Ângela Mendes, viúva do jornalista Luiz Eduardo Merlino considera fundamental que a cede do antigo DOI-Codi seja transformada em memorial que “se possa estudar todas essas mortes e tudo que aconteceu durante a ditadura”, afirmou Ângela. 

O vereador Ítalo Cardoso (PT), da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal, também apóia a transformação da delegacia em memorial. “Nós vamos fazer essa manifestação para que aqui seja um centro de referência da luta e não um centro que lembra a tortura.”     

Ouça aqui a reportagem da Rádio Brasil Atual.