Europa quer transformar crise política em crise econômica, diz Lula

Brasília – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (30) que os países europeus estão “tentando transformar uma crise política em crise econômica”. Segundo ele, falta decisão política […]

Brasília – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (30) que os países europeus estão “tentando transformar uma crise política em crise econômica”. Segundo ele, falta decisão política para resolver a crise, que poderia ser solucionada se os países ricos investissem no desenvolvimento social e no consumo de suas sociedades.

“É a primeira vez que temos uma crise que faz os pobres serem menos pobres. Os países da Europa devem gastar menos dinheiro para livrar a cara dos banqueiros e ajudar os pobres. Em vez de cuidar do banco, a gente tem de cuidar do povo”, disse Lula.

O desenvolvimento sustentável também foi lembrado por Lula. Para ele, os países ricos devem pagar pela manutenção das florestas dos países da América Latina e da África. “Vai ter a Rio +20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável). Queremos ser levados em conta em relação àquilo que a gente está propondo na área ambiental.”

O ex-presidente discursou hoje (30) no Fórum Ministerial de Desenvolvimento, em Brasília, evento cujo debate é focado em temas econômicos e sociais. Essa é a primeira vez que o Brasil sedia o evento. Lula elogiou o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) pela produção do evento. Segundo ele, antes não havia espaço para discutir experiências sociais bem-sucedidas.

“O sucesso das coisas que aconteceram foi exatamente a gente priorizar o que era tratado de forma secundária. No mundo inteiro, pobre era tratado como estatística e não como ser humano. Pobre é muito reconhecido em época de eleição”, disse o ex-presidente.

Lula destacou os programas sociais que desenvolveu durante seu governo, como o Fome Zero e o Bolsa Família. “O Brasil tem algumas experiências que podem contribuir para isso, incluir o pobre como cidadão da história e não como coadjuvante. Poderia orgulhosamente dizer que tiramos 28 milhões da pobreza extrema. Quem ousasse cuidar de pobre era chamado de populista, assistencialista e demagogo.”

Ele também elogiou a presidenta Dilma Rousseff ao dizer que ela deveria servir de exemplo para os países ricos. “Ao assumir o governo teve o papel de manter a sensibilidade de mãe. Ela será sempre justa e é com essa convicção que vejo a presidenta governar o país.” Lula também criticou as pessoas que não acreditavam na eleição de Dilma. “Diziam que a Dilma era um poste, que nunca foi política, nunca foi vereadora, prefeita, que ela é muito dura. Dura quando necessário, mas meiga 90% do dia.”

O ex-presidente destacou ainda o programa Brasil sem Miséria, lançado há um ano. “O programa vai procurar os pobres que não foram colocados no Bolsa Família. São mais de 800 mil pessoas localizadas, mais 800 mil consumidores nesse país. É o pobre comprando o que comer.”

 

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