DEM aceita saída de Demóstenes e Congresso deve abrir CPI sobre Cachoeira

São Paulo – O DEM anunciou hoje (3) que aceitou o pedido de desligamento do senador Demóstenes Torres (GO), envolvido em denúncias contra o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos […]

São Paulo – O DEM anunciou hoje (3) que aceitou o pedido de desligamento do senador Demóstenes Torres (GO), envolvido em denúncias contra o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso por exploração de máquinas caça-níqueis em Goiás. No Congresso foram colhidas mais assinaturas e já há adesão suficiente para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para tratar das denúncias em torno do contraventor. 

Pela manhã, Demóstenes oficializou a saída como consequência da abertura de processo disciplinar interno que poderia resultar em sua expulsão. “Assim, embora discordando frontalmente da afirmação de que eu tenha me desviado reiteradamente do Programa Partidário, mas diante do pré-julgamento público que o Partido faz, comunico minha desfiliação do Democratas”, disse na carta entregue ao presidente da sigla, o também senador José Agripino (RN). 

A decisão foi oficializada pela cúpula do DEM horas após o pedido. “O partido tem uma história clara de não conviver com a aética. A situação do senador Demóstenes é ruim. Iniciamos a abertura de um processo, demos o prazo para ele se defender, mas hoje recebemos sua carta de desligamento do partido”, disse Agripino. Em 2010, o então governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, também se desligou da sigla em meio às denúncias de que comandava o esquema de arrecadação ilegal conhecido como “Mensalão do DEM”.

Na Câmara, o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), anunciou no final da tarde que deve ser aberta uma CPI para investigar as relações de Carlinhos Cachoeira com políticos. “Já há assinaturas suficientes e agora a mesa tem de analisar se há fato determinado. Mas tudo indica que deverá haver a instalação de CPI aqui”, disse.

O presidente da Casa, Marco Maia, considera que é preciso reunir informações sobre a abrangência das relações do bicheiro com parlamentares, membros dos outros poderes e jornalistas. Na última semana surgiram relatos de ligações telefônicas frequentes de Cachoeira ao diretor da sucursal da revista Veja em Brasília, Policarpo Júnior. Maia disse que já pediu informações ao Ministério Público Federal sobre o que foi apurado até agora. “Vamos olhar as investigações para termos condições de definir o que será necessário, se uma CPI, Conselho de Ética ou outros”, disse.

No Senado, o líder do governo, Walter Pinheiro (PT-BA), indicou Wellington Dias (PT-PI) para a presidência do Conselho de Ética, órgão que está sem comando desde o ano passado e que será responsável por dar sequência à representação apresentada pelo PSOL e que pode resultar na cassação do mandato de Demóstenes. “Em nome do bloco, venho pedir a completa apuração de todos os crimes, não só a apreciação da quebra de decoro, mas a apuração de todo o processo”, disse Pinheiro.

Com informações da Agência Brasil e Agência Câmara

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