Ao lado de Obama, Dilma pede ação contra dólar desvalorizado

Dilma apontou que os emergentes têm papel cada vez mais importante, mas aos Estados Unidos cabe a superação da crise econômica (Foto: Roberto Stuckert Filho. Presidência) São Paulo – A […]

Dilma apontou que os emergentes têm papel cada vez mais importante, mas aos Estados Unidos cabe a superação da crise econômica (Foto: Roberto Stuckert Filho. Presidência)

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff aproveitou a declaração feita ao lado do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para pedir atenção dos países desenvolvidos a uma desvalorização artificial das respectivas moedas que prejudica as nações emergentes.

“Manifestamos para o presidente a preocupação do Brasil com a expansão monetária, sem que os países com superávits equilibrem essa expansão monetária com políticas fiscais baseadas na expansão dos investimentos”, disse a presidenta após encontro com Obama na Casa Branca, em Washington, no primeiro de dois dias de visita oficial ao país. Ela reforçou que essas políticas têm significado a apreciação excessiva das moedas das nações emergentes, o que dificulta as exportações e facilita as importações, prejudicando a indústria local. “Consideramos que o papel dos Estados Unidos nessa conjuntura e neste mundo multilateral que vem surgindo é muito importante.”

A presidenta afirmou ainda concordar com Obama sobre o papel que o Banco Central Europeu teve nos últimos meses em impedir “uma crise de liquidez”, ou seja, em evitar que uma quantidade ainda maior de recursos especulativos migrasse dos países desenvolvidos para os mercados emergentes, afetando a cotação das moedas. Ela apontou que, embora o papel de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (BRICS, na sigla em inglês) seja cada vez mais importante, é fundamental o papel dos Estados Unidos na reversão do atual quadro de crise financeira. “Nós saudamos a grande melhoria ocorrida aqui, nos Estados Unidos. E temos certeza de que isso será uma tônica dos próximos meses e anos sob a liderança do presidente Obama”, disse Dilma ao lado do presidente, que disputa no segundo semestre as eleições presidenciais.

Na declaração, de menos de vinte minutos, ela comentou ainda as possibilidades de investimento bilaterais, afirmando que os Estados Unidos podem ser parceiros em equipamentos para a exploração de petróleo, nas obras para a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016 e nos trabalhos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A presidenta citou o programa Ciência sem Fronteiras, de estímulo aos jovens brasileiros que queiram estudar no exterior, e que integra sua agenda nos Estados Unidos com visitas amanhã a estudantes beneficiados pelo projeto. “Eu acredito que é do nosso extremo interesse estreitar nossas relações econômicas e as nossas parcerias na área de inovação.”