EUA e Europa têm dinheiro, mas deixam de tomar ‘decisões’ certas anticrise, diz Dilma

São Paulo – Os países europeus que passam por crises econômicas e de dívidas soberanas têm dinheiro, mas sofrem por não tomarem as “decisões políticas” necessárias, na visão da presidenta […]

São Paulo – Os países europeus que passam por crises econômicas e de dívidas soberanas têm dinheiro, mas sofrem por não tomarem as “decisões políticas” necessárias, na visão da presidenta Dilma Rousseff. A prefeitos presentes a uma solenidade em Brasília nesta quarta-feira (21), ela voltou a afirmar que o Brasil tem adotado uma postura diferente diante das incertezas e instabilidades, buscando adotar medidas apropriadas. Para ela, iniciativas como a adotada na Cúpula do Mercosul, de incluir mais 100 itens na cesta de produtos com tarifas especiais, caminham nessa direção.

O aumento do teto da dívida pública dos Estados Unidos, aprovado pelo congresso do país, em agosto deste ano, foi apontado como exemplo de briga entre a oposição e o governo que adiou uma decisão necessária – uma política de gestão de despesas sustentável a longo prazo que não comprometa o crescimento econômioco. “Eu acredito que (a crise) não deriva, de jeito nenhum, de falta de dinheiro. Todos eles (os países ricos) têm dinheiro. Mas deriva de decisões políticas que nós não vemos serem tomadas em definitivo”, acrescentou.

Dilma afirmou que vê o Brasil na “vanguarda” da “relação republicana” entre governo e oposição. “Não vemos aqui práticas como aquelas desenvolvidas em alguns países, inclusive em alguns países que têm a liderança internacional, em que a oposição e a situação não olham o interesse da nação, mas se cria uma briga política sem fim”, disse.

O elogio estendido também aos prefeitos e governadores de outros partidos presentes à cerimônia foi a explicação de Dilma por que a contratação de obras de saneamento da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) pode ser efetivada com tranquilidade. “Não estamos perguntando o partido de ninguém, a posição política de ninguém. Estamos interessados, e isso é uma conquista do país, na população dos diferentes municípios e dos diferentes estados, porque seus representantes foram eleitos legitimamente.”

Além de prefeitos de cidades de até 50 mil habitantes e governadores, estiveram presentes o vice-presidente Michel Temer e os ministros da Saúde, Alexandre Padilha, e das Cidades, Mário Negromonte. São 1.114 obras de abastecimento de água e esgotamento sanitário em 1.116 municípios de todas as regiões do país. Ao todo, a previsão de investimento é de R$ 3,7 bilhões. No PAC 2, o saneamento básico conta com R$ 45,1 bilhões em investimentos até 2014, dos quais R$ 5 bilhões são voltados a municípios pequenos, de até 50 mil habitantes.

Anticrise

Dilma citou a decisão anunciada na terça-feira (20), na Cúpula do Mercosul, realizada em Montevidéu, no Uruguai, de isentar produtos de tarifa em operações no bloco comercial. Ela criticou medidas protecionistas e de concorrência desleal adotadas por países desenvolvidos e emergentes no atual cenário de turbulências. Ela citou o dumping (exportar produtos a preços inferiores a seus custos ou ao praticado no mercado interno) e a “guerra cambial”, por meio da “desvalorização artifical de moedas”.

 

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