Com dificuldades internas, PSDB evita falar de alianças com PSD

São Paulo – Resolver um problema de cada vez. Esse é o senso comum entre os pré-candidatos do PSDB à prefeitura de São Paulo que participaram nesta quinta-feira (9) do […]

São Paulo – Resolver um problema de cada vez. Esse é o senso comum entre os pré-candidatos do PSDB à prefeitura de São Paulo que participaram nesta quinta-feira (9) do terceiro debate na presença de filiados, desta vez na Penha, zona leste de São Paulo. Enquanto Bruno Covas e Andrea Matarazzo preferiram deixar o assunto para ser tratado mais tarde, Ricardo Trípoli deixou claro que as prévias são a prioridade de momento no partido.

A indefinição para compor as chapas que vão se enfrentar nas eleições deste ano tem como questão central a disputa pelo PSD, partido do atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. O vice-governador do estado, Guilherme Afif já anunciou que será o representante pessedista no pleito. No entanto, Kassab vem flertando com o PT por uma composição que teria Fernando Haddad (PT) na cabeça de chapa e uma indicação do prefeito paulista para a vice-prefeitura, provalmente Henrique Meirelles. Caso José Serra mude de ideia e decida ser o candidato pelo PSDB, esse quadro sofreria alteração e o prefeito penderia para o lado tucano.

Atual secretário de Cultura do estado de São Paulo, Matarazzo considerou legitimo o anúncio de Afif, mas indiferente para a atual ocasião. “Esse é o momento em que as pessoas vão lançando suas candidaturas, depois, com tudo organizado, conversaremos sobre alianças”, disse. Historicamente, ele faz parte do grupo de Serra, que nos bastidores defende a candidatura de Afif.

Bruno Covas seguiu a mesma linha de raciocínio de Matarazzo. “Estamos preocupados com a discussão interna. A hora que resolvermos o nosso candidato, vamos iniciar as conversas com os aliados”, despistou. Covas, secretário do Meio Ambiente do estado, teve, inicialmente, sua indicação apoiada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Ao observar a baixa representação política de Covas na capital, Alckmin já evidenciou sua preferência e apoio integral de seu grupo a Serra.

Em recente entrevista à Rede Brasil Atual, Trípoli não quis comentar futuras negociações e preferiu exaltar a garantia de realização das prévias. A possibilidade de compor uma chapa como vice-prefeito foi descartada pelo deputado federal. “Como você pode aceitar a vice-prefeitura para um partido que tem mais de 20 anos, elegeu cinco vezes o governador de São Paulo, duas vezes o presidente da República, uma vez o prefeito, se o outro é um partido recém-criado? A militância do PSDB não entende dessa maneira”, disparou.

Se a conversa por coligações está longe de uma definição, o certo é que o racha interno no PSDB se faz cada dia mais evidente para a população. Alguns líderes tucanos, os mais otimistas, consideram grande a chance de Serra resolver se candidatar e, assim, resolver três questões de uma só vez: a disputa pela aliança com o PSD, o empenho do grupo de Alckmin na campanha e o fim das prévias, já que seria o candidato natural do partido.