Dilma e Alckmin são homenageados por Kassab em momento pré-eleição

Prefeitura espera também Lula e Temer na entrega da Medalha 25 de Janeiro, que anualmente tem agraciado políticos de direita e de esquerda

São Paulo – O aniversário de São Paulo será a oportunidade para o segundo encontro em 15 dias entre Dilma Rousseff (PT), o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito da capital, Gilberto Kassab (PSD). Depois de ser recebida pela terceira vez no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual, a presidenta visita o prédio da administração municipal para ser agraciada com a Medalha 25 de Janeiro.

Trata-se de uma condecoração criada pelo prefeito. Neste ano, além de Dilma receberão a honraria Alckmin e Fernando Henrique Cardoso, que no ano passado havia sido escolhido, mas não pôde comparecer à cerimônia por conta de um outro compromisso. Segundo a assessoria de imprensa do prefeito, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Michel Temer estarão presentes, o que daria uma curiosa relevância política à entrega da medalha. Kassab ficará entre  líderes dos partidos com os quais flerta em torno da disputa eleitoral de outubro.

A Medalha 25 de Janeiro tem a intenção de prestar “homenagem e reconhecimento pelos relevantes serviços prestados à cidade de São Paulo”. Nestes três primeiros anos, tem ajudado Kassab a reafirmar sua posição de homem político capaz de ter trânsito na esquerda, na direita e no centro. Em 2010 também foi homenageado o vice-presidente do governo Lula, José Alencar, falecido em março de 2011. No ano anterior, o primeiro, os agraciados foram o então presidente Lula e o governador de São Paulo, José Serra. 

Fundador do PSD, o prefeito evita embarcar oficialmente na base aliada ao governo de Dilma, embora prometa apoiá-la na maior parte dos projetos em votação no Congresso, e não se descarte a aceitação de um ministério. Em São Paulo, a sigla vota alinhada ao Palácio dos Bandeirantes, embora Kassab e Alckmin, pessoalmente, tenham diferenças eleitorais.

No último dia 12, o prefeito, a presidenta e o governador se encontraram no Palácio dos Bandeirantes para a assinatura de um convênio entre a União e o governo estadual em torno do programa Minha Casa, Minha Vida, voltado à construção de moradias para a população de baixa e média renda. Como nas ocasiões anteriores, Dilma e Alckmin trocaram elogios mútuos em torno de uma relação que classificam como “republicana”, ou seja, que desconhece as diferenças partidárias em prol da realização de projetos. Kassab também ganhou comentários positivos da presidenta.

O prefeito tenta neste momento emplacar seu sucessor. Diz abrir mão da chapa própria caso o PSDB lance José Serra, que tem dito não estar disposto a disputar as eleições municipais. A outra possibilidade para uma coligação com os tucanos seria uma chapa comandada pelo vice-governador Guilherme Afif Domingos, filiado ao PSD. Ao mesmo tempo, Kassab visitou Lula para oferecer uma aliança, que agora está em estudo pelo Diretório Municipal do PT. Neste caso, um aliado do prefeito ocuparia a vice na chapa de Fernando Haddad, que deixa nesta semana o Ministério da Educação.

 

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