Amorim acredita em decisão sobre caças da Força Aérea no primeiro semestre

Amorim admite a expectativa de ver a solução encaminhada rapidamente, mas não quis apontar um prazo para definição (Foto: Elza Fiúza/ Arquivo Agência Brasil) São Paulo – Há quatro anos […]

Amorim admite a expectativa de ver a solução encaminhada rapidamente, mas não quis apontar um prazo para definição (Foto: Elza Fiúza/ Arquivo Agência Brasil)

São Paulo – Há quatro anos em discussão, a escolha do fornecedor dos 36 novos caças da Força Aérea Brasileira (FAB) pode sair no primeiro semestre do ano, disse o ministro da Defesa, Celso Amorim, nesta quinta-feira (19). Apesar de admitir a expectativa de ver a solução encaminhada rapidamente, o ministro deixou claro que não tem uma posição definida da parte da presidenta Dilma Rousseff e, por isso, não quis apontar um prazo para a definição.

“A presidenta está consciente da importância, e eu espero que isso possa ser encaminhado em breve, eu não quero fixar prazo”, disse à Reuters. “Eu gostaria que (a decisão) fosse tomada no primeiro semestre, porque leva um tempo, depois de tomar a decisão, para concretizar, para chegar o primeiro avião”, completou.

Estão no páreo os caças Rafale, da francesa Dassault; o F-18 Super Hornet, da norte-americana Boeing; e o Gripen NG, da sueca Saab. Cada uma delas busca apoio de diferentes setores do país. A Saab, por exemplo, assinou protocolos comprometendo-se a transferir tecnologia ao Brasil, com uma fábrica sediada em São Bernardo do Campo (SP), no ABC paulista.

Os rumores sobre a direção da escolha tiveram auge no fim de 2010, quando o Rafale foi apontado como favorito, apesar de poder representar uma opção mais cara e de a Dassault nunca ter encontrado compradores em outros países. A Boeing enfrenta entraves colocados pelo governo dos Estados Unidos para transferir conhecimento e tecnologia.

Apesar de o debate para reequipar as forças armadas ter começado em 2008, ainda na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, a decisão sobre os caças FX-2 ficou para a gestão de Dilma Rousseff. Em 2011, primeiro ano de mandato, houve novo adiamento em decorrência do ajuste fiscal promovido em fevereiro, para aumentar a economia do governo – passo considerado necessário para reduzir a taxa de juros.

O episódio contribuiu para o desgaste na relação entre o Palácio do Planalto com o então ministro da pasta, Nelson Jobim. Mantido no cargo pela presidenta em janeiro de 2011, ele não escondeu a insatisfação com os cortes sofridos no orçamento da Pasta. Deu entrevistas politicamente desastrosas e acabou ficando sem espaço para permanecer na Esplanada, em agosto.

Tecnologia

Amorim reconhece que a nova leva de cortes no orçamento previstos para 2012 podem atrapalhar. O investimento previsto é de R$ 10 bilhões. Mas a manutenção dos caças atuais, chamados de Mirage 2000, começa a ficar excessivamente cara de 2013 em diante. Assim, a substituição evita essa elevação de custos, além de proporcionar um material mais moderno. “No fundo, você deixa de gastar de um lado e gasta do outro”, admitiu.

Para Amorim, a prioridade é o país obter a tecnologia. “Tem de ser junto da transferência de tecnologia, porque o barato sai caro também se você for só comprar o avião e não puder fabricar ele aqui no futuro”, ponderou. A FAB provavelmente precisaria de mais aeronaves em um cenário em que o país terá de cuidar tanto de seu território quanto de plataformas marítimas, onde haverá exploração de petróleo do pré-sal.

Com informações do Reuters

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