Envolvido em caso de venda de emendas, Bruno Covas não teme desgaste

São Paulo – O pré-candidato do PSDB à prefeitura da capital paulista, o secretário de Meio Ambiente do estado Bruno Covas, descartou riscos de desgaste político por causa do escândalo […]

São Paulo – O pré-candidato do PSDB à prefeitura da capital paulista, o secretário de Meio Ambiente do estado Bruno Covas, descartou riscos de desgaste político por causa do escândalo de venda de emendas parlamentares ao orçamento. Durante debate realizado entre os postulantes à indicação da legenda à sucessão de Gilberto Kassab (PSD) em 2012, realizado nesta segunda-feira (28), Covas e seus concorrentes defenderam a realização de prévias.

O encontro, no Clube Espéria, na zona norte de São Paulo, teve ainda a presença dos também secretários do governo Geraldo Alckmin (PSDB) Andrea Mattarazzo, da Cultura, e José Anibal, de Ciência e Tecnologia. O deputado federal Ricardo Trípoli (PSDB-SP), também pré-candidato, completou a mesa. O ex-governador e ex-prefeito da capital José Serra não compareceu, mas sua sombra permanece colocada na disputa interna entre tucanos.

Apontado como o nome preferido por Alckmin para a disputa municipal, Covas disse não se preocupar com um eventual ônus do escândalo que aflige o Legislativo estadual. “Eu nunca virei réu, nunca saiu que eu tenha participado de qualquer tipo de esquema”, rechaçou Bruno Covas.

Logo depois que o deputado estadual Roque Barbiere (PTB) acusou “de 25% a 30%” de seus pares de vender emendas orçamentárias por uma comissão do valor liberado, Covas chegou a revelar ter recebido uma oferta do gênero de um prefeito contemplado por emenda indicada por ele. O tucano alegou ter recusado a propina, recomendando doação a uma Santa Casa. Depois, disse ter sido mal interpretado, que havia tratado de um caso hipotético.

Ele ainda rejeitou a crítica de que ele teria sido “blindado” na lista divulgada em outubro pelo governo estadual com as emendas indicadas para os orçamentos dos últimos quatro anos. Apesar de divulgar em seu próprio site que teve R$ 9,6 milhões empenhados em emendas em 2010, a lista do governo indicava pouco mais de R$ 2 milhões. “Fui relator do orçamento, eu aprovei todas as emendas, há uma grande confusão em torno disso”, esquivou-se.

Covas ainda tentou minimizar o fato de deputados estaduais tucanos licenciados para assumir secretarias estaduais manterem indicações para o orçamento. Para o secretário de Meio Ambiente, o caso não é grave porque o recurso não sumiu e pode ser triado por meio do Tribunal de Contas do estado.

Fruto de um acordo político informal em 2006, as emendas não são regulamentadas por lei nem constam do regimento da Assembleia Legislativa. Na prática, apesar de ser uma prerrogativa dos parlamentares em exercício de mandato, pelo menos dois membros do primeiro escalão do governo Alckmin mantiveram indicações mesmo depois de abrirem mão do mandato.

Edição: Anselmo Massad