Zé Dirceu quer renovação política e só vai se posicionar sobre SP na prévia

Ex-ministro da Casa Civil ainda não manifestou apoio ao candidato da CNB, Fernando Haddad, e defende o direito de Marta à disputa

José Dirceu foi à Força Sindical e não descartou possibilidade de voltar a concorrer em uma eleição após ser absolvido no caso mensalão

São Paulo – O ex-ministro da Casa Civil do primeiro mandato do governo Lula, José Dirceu, afirmou que é favorável à renovação de quadros na política brasileira. Apesar da declaração, Dirceu preferiu ficar em cima do muro e não declarar sua predileção ao nome do candidato para a disputa da prefeitura de São Paulo. Afirmou apenas que a disputa deve ficar entre a ex-prefeita Marta Suplicy e o ministro da Educação, Fernando Haddad.

Dirceu participou de plenária na sede da Força Sindical, nesta sexta-feira (23), ao lado do deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP), também presidente da central sindical, em São Paulo. O ex-ministro, apontado por Paulinho como “Che Guevara brasileiro”, comentou sobre conjuntura política e econômica do Brasil, e a respeito de um eventual retorno às urnas em 2014.

Dirceu não confirmou se seguirá a decisão tomada pela corrente da qual faz parte no PT, a Construindo um Novo Brasil (CNB), que vai apoiar Haddad. O ex-presidente Lula, que também faz parte da CNB, é o principal cabo eleitoral de Haddad na disputa.

Ao contrário da maioria dos petistas, Dirceu se mostrou favorável às prévias.“Eu me reservo ao direito de me manisfestar apenas na prévia do dia 27 de novembro”, esquivou-se. “Sempre fui favorável ao debate. O pior é alguém sair e considerar que foi retirado por pressão, e depois ficar com a mágoa”, analisou.

“Não podemos deixar de reconhecer que a Marta foi prefeita, senadora, foi deputada, tem 30% dos votos. A rejeição dela não é um obstáculo para ser candidata, e temos de respeitar o seu direito de querer se candidatar”, observou.

Dirceu afirmou que não é a favor de vetar uma aliança em âmbito nacional com o PSD, partido articulado pelo atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, mas esclareceu que na capital, o PT é oposição à atual gestão.

Retorno em 2014

O ex-ministro é um dos réus do caso mensalão – suposta “mesada” paga a deputados para votarem a favor de projetos de interesse do Poder Executivo –, por isso está impossibilitado de concorrer em qualquer eleição. Dirceu vive a esperança de ser julgado e inocentado no ano que vem. Após o júri ele deve refletir sobre uma possível volta à vida pública.

“Só vou pensar em retorno no dia em que eu for absolvido e anistiado, até lá eu não vou pensar porque não tem sentido”, disse Dirceu, que ainda foi perguntado se não sentia vontade de voltar a disputar uma eleição. A resposta foi enfática: “Eu nunca fui, não posso deixar de voltar”.

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